O acidente do Concorde em 2000 encerrou uma era da aviação comercial supersônica e continua sendo referência em discussões sobre segurança aérea. Entenda os principais fatores por trás desse marco e seus impactos duradouros na história da aviação.
- Quais eventos levaram ao desastre do Concorde em Paris
- Como o acidente influenciou os voos supersônicos e mudanças no setor
- Lições valiosas extraídas para operações e prevenção de acidentes
O que provocou o acidente do Concorde em 2000?
No dia 25 de julho de 2000, o voo Air France 4590 sofria atrasos e trocas técnicas antes mesmo de decolar do aeroporto Charles de Gaulle. O Concorde utilizado era da frota reserva, pois um defeito em outro avião obrigou a troca. A superlotação e o cálculo incorreto de peso também elevaram o risco dessa operação.
Durante a decolagem, um pedaço de metal solto na pista foi atropelado por um dos pneus do Concorde. Isso causou a ruptura do pneu, cujos fragmentos atingiram o tanque de combustível. O impacto rasgou o reservatório, gerando vazamento e desencadeando um incêndio. Em poucos segundos, dois dos motores falharam e a aeronave perdeu controle. O acidente resultou na morte de todos a bordo, marcando uma das mais significativas tragédias da aviação comercial.
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Impactos do acidente do Concorde na aviação supersônica
A consequência imediata foi a retirada de todos os Concorde operados pela Air France e British Airways. Protocolos rígidos foram implementados, incluindo reforço estrutural nas asas, pneus aprimorados e melhorias na proteção das fiações elétricas.
No entanto, a combinação do acidente e o declínio na demanda após os atentados de 11 de setembro de 2001 inviabilizaram a volta dos voos supersônicos comerciais. Questões de alto custo, operação limitada e preocupações ambientais reforçaram a decisão de aposentadoria definitiva desses modelos.
Quais as principais lições aprendidas com o acidente do Concorde?
O desastre destacou a importância de inspeções rigorosas nas pistas, reforçando a necessidade de impedir o chamado FOD (Foreign Object Debris), ou seja, presença de detritos que oferecem risco real a aeronaves em operação. Após o evento, aeroportos passaram a adotar varreduras eletrônicas avançadas para detecção rápida de objetos abandonados nas pistas.
Regras para manutenção e uso de peças não originais em aeronaves foram revisadas, exigindo documentação detalhada e critérios mais exigentes. Companhias e órgãos reguladores também ampliaram treinamentos para equipes de pista, minimizando chances de falhas semelhantes integrarem novas estatísticas.
A evolução dos sistemas de alerta e monitoramento preventivo em solo e nos aviões tornou-se prioridade. Como resultado, outros acidentes causados por objetos soltos se tornaram cada vez mais raros.
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A aviação aprende e evolui após o Concorde
- Inspeções e monitoramento em solo agora evitam muitos acidentes similares ao do Concorde
- Protocolos de manutenção e certificação de peças e equipes ficaram mais rigorosos mundialmente
- O caso acelerou inovações em tecnologia de segurança, inspirando melhorias contínuas