No contexto atual, Helena Veronese, especialista da B.Side Investimentos, apresenta uma análise detalhada do cenário econômico brasileiro, destacando os principais fatores que influenciam a política monetária do Banco Central. Segundo ela, a expectativa é de que a taxa Selic permaneça em 15% até o final de 2025. Essa previsão se baseia em uma série de considerações que envolvem a desaceleração da atividade econômica e a inflação persistente.
Helena enfatiza que a desaceleração da atividade econômica é um dos fatores que justificam a manutenção da Selic em níveis elevados. “A economia está enfrentando um ritmo mais lento de crescimento, o que reflete na confiança do consumidor e nos investimentos empresariais“, observa. Essa queda na atividade tem gerado um impacto direto nos índices de inflação, que, embora estejam acima da meta, ainda não apresentam sinais claros de desaceleração.
Inflação segue no radar dos Bancos Centrais
A inflação continua sendo uma preocupação central nas decisões do Banco Central. Helena ressalta que, apesar de alguns indicadores mostrarem sinais de melhora, “o comportamento da inflação ainda está acima do desejado, o que gera incertezas sobre a trajetória futura dos preços“. Este cenário de inflação elevada aumenta a pressão sobre o Banco Central para manter a taxa de juros em patamares altos, a fim de controlar as expectativas inflacionárias que não foram resolvidas.
Outro ponto crucial abordado por Helena é o impacto dos problemas fiscais não resolvidos. Ela menciona que “a questão fiscal é um fator determinante para a confiança do mercado e, consequentemente, para a política de juros”. A falta de soluções para questões fiscais pode comprometer a credibilidade do Banco Central, dificultando uma eventual queda na Selic no curto prazo. A sustentabilidade fiscal é, portanto, um pilar fundamental para que a redução dos juros ocorra de forma consistente e segura.
Helena também discute a possibilidade de cortes na taxa de juros, que, segundo ela, podem ser sinalizados apenas no final de 2025 ou início de 2026. “Essa é uma expectativa que depende não apenas da inflação, mas também da evolução da atividade econômica e da situação fiscal do país“, explica. Portanto, a estratégia de investimento deve ser cuidadosamente avaliada, considerando a continuidade de um ambiente de juros elevados nos próximos anos.
Diante desse cenário, os investidores devem revisar suas estratégias, focando em ativos que possam se beneficiar de um patamar de juros elevados. Helena recomenda diversificação e análise criteriosa das oportunidades de investimento, enfatizando que “as decisões de investimento devem ser pautadas por uma compreensão clara do cenário econômico e das projeções fiscais“.