Durante participação na Expert 2025, os CEOs Thiago Maffra (XP Inc.) e José Berenguer (Banco XP S.A.) destacaram a capacidade da XP de manter o crescimento mesmo em um ambiente de juros elevados e volatilidade macroeconômica. Segundo os executivos, a empresa mantém seu guidance para 2025, apoiada em um modelo de negócios diversificado, com pilares além do core de investimentos.
“A gente desenha a empresa para surfar qualquer cenário. Claro que em um bull market, com juros menores e bolsa em alta, o core de investimentos cresce mais. Mas mesmo em anos difíceis, conseguimos crescer entre 10% e 20%”, afirmou Maffra. “Num cenário mais favorável, podemos crescer acima de 30%.”
Guidance para 2025
Questionado sobre os resultados esperados para 2025, Maffra afirmou que a companhia mantém o guidance de crescimento de receita, margem e Ebitda. No entanto, reconheceu que, diante do cenário macroeconômico mais desafiador dos últimos anos, a expectativa está hoje mais próxima da banda inferior das projeções iniciais.
“Continuamos no trilho para cumprir os objetivos traçados, mesmo que com ajustes de expectativa. A resiliência da operação é o que garante isso”, disse o executivo.
Banco XP entre os maiores do país
Para Berenguer, o banco de atacado construído pela XP tem se mostrado um dos ativos mais relevantes da estratégia. “Hoje somos a 7ª ou 8ª plataforma bancária do Brasil, com um apetite de risco controlado e um foco claro: servir investidores e empresas com acesso ao mercado de capitais”, explicou.
O executivo destacou que o modelo de negócios da XP tem um efeito portfólio que permite equilíbrio entre diferentes ciclos econômicos. “Temos um negócio que, quando vai mal, cresce 15% a 20%. Quando vai bem, ultrapassa os 30%. Neste ano, vamos entregar um ROE em torno de 25% e acreditamos que ele pode crescer ainda mais nos próximos anos.”
Ao ser questionado sobre o papel do agronegócio na estratégia da XP, Berenguer destacou que o setor é considerado “chave” para a companhia. “Começamos nosso banco de investimento pelo agro. Embora não atuemos com crédito rural tradicional, estamos desenvolvendo soluções de mercado de capitais para esse segmento.”
O executivo acredita que o crédito rural, assim como o crédito imobiliário, vai migrar progressivamente para o mercado de capitais. “Vamos sair do funding carimbado, vinculado a depósitos compulsórios e à poupança, para estruturas mais sofisticadas de mercado. Estamos nos preparando para isso.”
Expansão do private e segmentação do varejo
Maffra também explicou que a XP hoje é capaz de atender todos os perfis de clientes, desde investidores com menos de R$ 300 mil até clientes do private banking. “Investimos muito em segmentação. Hoje, somos a única casa que entrega planejamento financeiro completo para clientes entre R$ 300 mil e R$ 3 milhões. E no private, temos buscado ser a melhor casa do Brasil.”
A companhia já implementou wealth planning em 20% da base com mais de R$ 3 milhões investidos e quer atingir 100% nos próximos 6 a 8 meses.
De acordo com Maffra, o mercado de investimentos no Brasil ainda é pouco explorado: são R$ 8 trilhões em ativos sob gestão na pessoa física e R$ 7 trilhões na pessoa jurídica. “A XP tem hoje 11,5% de market share e queremos chegar a 20% até 2030”, concluiu.
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