As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos estão gerando preocupações significativas em diversos setores da economia brasileira. Durante a entrevista com Helena Veronese, especialista da B.Side Investimentos, foram destacados os setores mais vulneráveis a essa medida, que pode afetar desde o agronegócio até a indústria, incluindo frutas, carnes, aço e aviação. Helena afirma que “o Brasil está em uma posição delicada nesse embate comercial”, o que pode resultar em consequências não apenas econômicas, mas também políticas e inflacionárias.
A análise de Helena aponta que os setores do agronegócio e da indústria são os mais ameaçados pelas novas tarifas. O agronegócio, tradicional motor da economia brasileira, pode sofrer um impacto direto, especialmente na exportação de produtos como frutas e carnes. “Se as tarifas entrarem em vigor, os produtores brasileiros podem encontrar dificuldades para competir no mercado americano”, adverte Helena.
Tarifas e os setores
Além disso, a indústria do aço pode enfrentar desafios semelhantes, pois os EUA têm um histórico de proteção à sua produção interna. A aviação também não escapa das consequências, com possíveis aumentos nos custos operacionais que poderiam ser repassados aos consumidores.
As tarifas podem resultar em um cenário inflacionário, uma vez que os custos mais altos de importação podem ser repassados ao consumidor final. Helena destaca que “a inflação pode se tornar uma preocupação maior se o Brasil não conseguir se adaptar rapidamente a essas novas condições de mercado”. Essa situação pode afetar a política econômica do país, exigindo uma resposta mais robusta do governo para mitigar os efeitos adversos.
Helena argumenta que o Brasil se encontra em uma posição desfavorável nesse contexto. “O país é visto como a ponta fraca, especialmente quando comparado com economias mais robustas que podem suportar melhor os impactos de tarifas comerciais.” Isso levanta questões sobre a competitividade do Brasil no cenário global e a necessidade de estratégias para fortalecer sua posição nas cadeias produtivas internacionais.
À medida que se aproxima a data de implementação das tarifas, o futuro das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos se torna incerto. Helena sugere que, para mitigar os impactos, o Brasil precisa diversificar seus mercados e buscar novos acordos comerciais que possam compensar as perdas esperadas. “A adaptação e a resiliência serão cruciais para enfrentar esse novo desafio”, conclui.