A segunda edição do Avenue Connection começou nesta quarta-feira (16), o evento reuniu na capital paulista nomes de peso do mercado financeiro global para debater os desafios e as oportunidades da internacionalização de investimentos. Com painéis que abordaram temas como crédito privado internacional, diversificação de investimentos, além do lançamento de novos instrumentos como os ETFs UCITS, o encontro abordou de forma profunda sobre o papel da educação financeira e o acesso a produtos sofisticados por investidores brasileiros.
O evento se destaca como parte da estratégia institucional da Avenue de consolidar sua atuação como ponte entre o investidor local e os mercados globais. Para além das mesas temáticas, o Avenue Connection serviu como ponto de encontro entre casas globais, gestores de recursos, especialistas em planejamento patrimonial e parceiros estratégicos. O objetivo não foi apenas apresentar produtos, mas provocar uma mudança de mentalidade no investidor brasileiro, ainda fortemente concentrado no mercado doméstico.
“O brasileiro está cada vez mais entendendo que precisa parar de ouvir o ruído e focar nos sinais. É um processo que leva tempo, mas eventos como esse são essenciais para munir o investidor de conhecimento e mostrar que investir no exterior não é mais opção, é necessidade“, destaca Daniel Haddad, CIO da Avenue.
Durante o painel Diáspora Patrimonial, Haddad destacou que os Estados Unidos concentram 25% da riqueza mundial, 30% do consumo global e 90% das transações do mundo são feitas em dólar, e que o real, desde a criação do Plano Real, se desvalorizou mais de 600% frente ao dólar. “Se você pudesse escolher entre abrir daqui a 10 anos uma mala com 1 milhão de dólares ou com 6 milhões de reais, qual escolheria? É disso que estamos falando”, provocou.
“Investir fora é para todos”, diz estrategista do J.P. Morgan
Marina Valentini, estrategista de mercados globais do J.P. Morgan Asset Management, reforçou que “investir no exterior é para todos“. Segundo ela, o brasileiro ainda carrega um forte viés doméstico, alocando cerca de 98% do portfólio em ativos locais, mesmo com o país representando apenas 2% do PIB global.
“Essa concentração é desproporcional e nos faz perder grandes oportunidades que estão lá fora”, afirmou. Marina destacou que a economia brasileira tem uma exposição relevante a setores cíclicos como bancos e energia, mas que as inovações tecnológicas e revoluções como a inteligência artificial estão acontecendo em outras geografias.
Para ilustrar, ela comparou o desempenho dos mercados: enquanto a renda variável brasileira rendeu 9% ao ano em reais na última década, os mercados desenvolvidos entregaram mais de 200% no acumulado, com retorno anualizado de 20%. Além disso, Marina lembrou que ao investir fora, o investidor também se beneficia da valorização cambial do dólar frente ao real, o que amplia o potencial de proteção e ganho no longo prazo.
Brasil investe como se fosse o centro do mundo
A baixa penetração dos investimentos internacionais no Brasil também é um ponto de atenção dos convidados. Segundo José Maria, coordenador de estratégia da Avenue, menos 3% dos investidores brasileiros têm exposição internacional, o que contrasta com o fato de que o país representa apenas 2% do PIB global. “A gente representa 1% do mercado de investimentos no mundo, mas está 99% investido aqui dentro. É preciso mudar esse mindset”, destacou.
Ele reforçou que as maiores oportunidades em tecnologia, biotecnologia e energia estão fora do Brasil, e que a educação financeira é o único caminho para preparar as novas gerações para uma transição patrimonial mais eficiente. “Quando houver a passagem de bastão, os jovens precisam saber o que fazer com o patrimônio. A Avenue está entregando as ferramentas certas para isso”.
Lançamento do UCITS ETFs no Avenue Connection
O evento também foi marcado pelo anúncio de novas soluções disponíveis na plataforma da Avenue, como o lançamento dos ETFs UCITS, também conhecidos como “ETFs Irlandeses”. Com vantagens tributárias e sucessórias, esses ativos representam uma alternativa eficiente de diversificação internacional, especialmente para o investidor que busca proteção patrimonial e acúmulo de capital com menor incidência de impostos.
“Somos a primeira empresa para brasileiros que oferece UCITS ETFs de forma amplificada para os investidores. Esse lançamento supera os ETFs tradicionais da indústria e responde à demanda recorrente por alternativas globais mais eficientes para sucessão patrimonial, otimização tributária e performance”, destaca Alexandre Artmann, Diretor de Operações da Avenue. “Trouxemos um produto, que até então, era inacessível no Brasil, com uma estrutura robusta, confiável e assessorada disponível para todos os nossos clientes, ideal para investidores de longo prazo e de alto patrimônio”, finaliza.
Cristiano Castro, diretor de desenvolvimento de negócios da BlackRock, destacou que o lançamento dos ETFs UCITS representa mais um passo disruptivo da Avenue na democratização do acesso a produtos financeiros sofisticados. Segundo ele, esses ETFs, regulados na Europa e com benefícios como isenção do imposto sucessório americano e reinvestimento automático de dividendos, trazem eficiência fiscal e vantagens estruturais relevantes para a construção de portfólios de longo prazo.
Castro reforçou que, ao colocar esses instrumentos à disposição do investidor brasileiro comum, a Avenue repete o movimento inovador que iniciou anos atrás ao abrir as portas do mercado internacional para o público local. “O que a Avenue está fazendo novamente é ser disruptiva, trazendo para o brasileiro o acesso a oportunidades globais antes restritas a investidores institucionais”.
Evolução do B2B também foi abordado no Avenue Connection
Outro painel de destaque foi o que abordou a evolução e os desafios do mercado B2B, com foco nas transformações do segmento de assessoria financeira para brasileiros com patrimônio no exterior. Lucas Feitosa, diretor de parcerias institucionais da Avenue, explicou que há uma mudança cultural em curso no Brasil, especialmente no modelo de cobrança adotado pelos assessores, com o avanço de estruturas como o “fee-based” em substituição ao tradicional “commission-based”.
“A Avenue já se adaptou a esse novo cenário, oferecendo alternativas mais alinhadas à demanda dos clientes por transparência, personalização e eficiência“. destacou. Feitosa também apontou que ainda existem mitos sobre a dificuldade de investir no exterior, mas que a atuação das plataformas e assessorias tem evoluído justamente para simplificar esse processo. “As operações querem novas fontes de receita, novas prateleiras de produtos, e isso é fundamental para oferecer soluções completas aos clientes“, afirmou.
Avenue Connection reforça o protagonismo em diversificação
Ao longo do dia, o Avenue Connection 2025 mostrou que a estratégia da Avenue vai além da ampliação de produtos: trata-se de um movimento institucional consistente, com foco em educação, acesso, inovação e sofisticação. O evento reforça o posicionamento da empresa como protagonista na democratização do investimento internacional no Brasil e como agente transformador na forma como os brasileiros constroem, protegem e perpetuam seu patrimônio.