Durante a realização da Cúpula do Brics no Rio de Janeiro em 2025, a segurança ganhou papel de destaque, sobretudo no monitoramento aéreo. A Força Aérea Brasileira (FAB) foi responsável por reforçar as operações de vigilância e controle do espaço aéreo da cidade, ativando protocolos rígidos para impedir qualquer risco durante o evento. Entre as medidas, a FAB empregou aeronaves de combate Super Tucano e caças F-5M, além de utilizar sistemas avançados de detecção e áreas de exclusão de voo específicas.
O aumento na presença militar e a criação de zonas restritas no céu estiveram diretamente relacionados à chegada de delegações internacionais e chefes de Estado para a cúpula. A adoção dessas estratégias não se restringiu apenas aos dias de reunião, mas foi iniciada previamente e se estendeu para além do encerramento do evento, visando manter um ambiente seguro e controlado durante todo o período.
Como a FAB coordenou a defesa do espaço aéreo na Cúpula do Brics?
A Força Aérea Brasileira montou uma operação especial que se baseou no emprego de aeronaves militares equipadas com armamento real e sistemas eletrônicos de monitoramento. Entre os recursos utilizados estavam os próprios Super Tucanos, já tradicionais em missões de defesa aérea desde 2004, e os modernos caças F-5M, equipados com mísseis para respostas rápidas a possíveis ameaças. A esse aparato somaram-se radares móveis e equipes treinadas para identificar e responder de forma precisa a movimentos irregulares no espaço aéreo.
Bases aéreas estratégicas do entorno do Rio de Janeiro estiveram em alerta, com equipes de prontidão 24 horas. O planejamento incluiu o Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA) e o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), que ficaram encarregados de implantar e monitorar “áreas de exclusão”, zonas restritas a certos tipos de voos nas imediações dos pontos-chave da Cúpula.

Quais áreas foram consideradas de máxima restrição de voo?
Durante o evento, três zonas principais foram delimitadas para controle do tráfego aéreo. Cada uma delas atendia a diferentes graus de restrição, variando conforme a proximidade do local da reunião e o grau de sensibilidade do espaço:
- Raio de 150 km: Nessa extensão, ficaram impedidos voos de instrução, turismo, acrobacias, operações agrícolas, além de drones e parapentes.
- Raio de 10 km: Considerado perímetro crítico, permitia apenas aeronaves com autorização específica, envolvidas diretamente com a organização ou participação da Cúpula.
- Área de 1.350 x 955 m²: Esse setor compreendeu o espaço entre o Museu de Arte Moderna, onde ocorreu o encontro, e o Aeroporto do Galeão. Ali, somente helicópteros de resgate da Força Aérea podiam operar.
O que levou à interceptação de aeronaves durante a Cúpula do Brics?
No decorrer das operações, a FAB identificou aviões que ingressaram inadvertidamente nas áreas de exclusão. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea, os voos eram oriundos da aviação geral e suas razões para violar a restrição estão sob apuração. Todas as aeronaves foram abordadas pelos caças, orientadas a desocupar o espaço restrito, e acataram as determinações, não tendo apresentado resistência.
As interceptações seguem protocolos internacionais para eventos de alta segurança, buscando garantir que apenas aeronaves identificadas e autorizadas possam circular em áreas próximas ao evento. Esse procedimento envolve contato via rádio, manobras de aproximação e, em último caso, acompanhamento até a saída do setor interditado.
Quais estratégias de segurança aérea são adotadas em grandes eventos internacionais?
O emprego de caças com armamento real, radares de alta precisão e áreas de exclusão são procedimentos já conhecidos em grandes eventos realizados no Brasil, como ocorreu anteriormente no G20. Segundo o comando da FAB, a integração entre diferentes órgãos de segurança foi essencial para a rápida decisão e capacidade de resposta em qualquer situação de risco. Entre as funções destacadas pelas forças armadas estavam a proteção das lideranças internacionais, o gerenciamento eficiente de situações de emergência e o monitoramento contínuo do espaço aéreo, minimizando possibilidades de incidentes.
O esquema adotado na Cúpula do Brics reforça a busca por protocolos cada vez mais eficazes no âmbito da defesa aérea nacional, priorizando a organização, agilidade de resposta e preservação da integridade dos participantes.