A partir de 2026, mudanças relevantes entrarão em vigor para o ensino superior a distância no Brasil. O Ministério da Educação definiu novas normas, tornando obrigatória a adoção do modelo semipresencial para cursos EaD, com percentuais mínimos de participação presencial e atividades síncronas. Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) é uma das instituições brasileiras que terá de reestruturar parte significativa de suas graduações, especialmente nas áreas de Licenciatura e Engenharia, para atender ao novo marco regulatório.
Essas exigências impactam milhares de estudantes da Univesp, instituição reconhecida pelo grande número de vagas e presença em diversas cidades do estado. O sistema requer agora não apenas a oferta de conteúdos online, mas também a garantia de espaços físicos para aulas práticas e encontros ao vivo, ampliando o contato entre professores e alunos e promovendo uma experiência de aprendizagem mais diversificada.
O que muda na oferta de cursos a distância?
O novo regulamento estabelece que pelo menos 30% da carga horária dos cursos EaD deve ser presencial, além de 20% destinada a atividades síncronas — ou seja, encontros onde todos participam simultaneamente e em tempo real. Cursos de Engenharia têm uma exigência ainda maior, precisando dedicar 40% do período letivo ao formato presencial. Já as licenciaturas seguem normas próprias, devendo cumprir ao menos metade de seu conteúdo em atividades presenciais, reforçando a formação prática exigida para futuros docentes.
- Participação obrigatória: Parte da carga horária precisa agora ocorrer em polos presenciais, quebrando o paradigma de total autonomia a distância.
- Sessões síncronas: Os alunos deverão reservar parte de sua rotina para encontros em tempo real, aproximando-se do ritmo de uma graduação convencional.
- Adaptação institucional: Universidades terão de reorganizar polos e métodos para garantir que todos os estudantes possam cumprir as novas exigências, inclusive em localidades distantes ou de difícil acesso.

Como a Univesp se prepara para o novo modelo?
Com graduações espalhadas em centenas de municípios, a Univesp concentra esforços para adequar polos e infraestrutura às novas regras do MEC. A reestruturação inclui desde o aumento de atividades presenciais até a ampliação de recursos tecnológicos para garantir aulas síncronas de qualidade. A maioria dos polos, utilizados predominantemente para provas, passará a receber estudantes com maior frequência para práticas, reuniões e projetos de grupo, exigindo um planejamento logístico robusto.
Para estudantes que ingressarem até 2025, a universidade assegura a conclusão dos cursos conforme editais já publicados, mantendo o formato vigente. Novas turmas, porém, deverão se adaptar às alterações, que demandam comparecimento periódico e participação ativa em aulas virtuais ao vivo.
- Ampliação dos espaços físicos em pólos de apoio.
- Parcerias com outras instituições de ensino e órgãos públicos para uso compartilhado de infraestrutura.
- Reforço de plataformas online para suportar atividades síncronas em larga escala.
Quais vantagens e desafios o formato semipresencial traz?
A política do ensino híbrido procura aliar a flexibilidade do estudo remoto à riqueza das interações presenciais e experiências práticas. A presença em sala propicia vivências que vão além do conteúdo teórico, enquanto as aulas síncronas incentivam debates, dúvidas em tempo real e maior envolvimento da turma. Esse formato visa responder às necessidades atuais do mercado de trabalho, que valoriza tanto a autonomia quanto o trabalho em equipe e o domínio de ferramentas tecnológicas.
O principal desafio para instituições como a Univesp envolve infraestrutura e logística, especialmente quando se considera seu grande alcance municipal. A ampliação de parcerias e a melhor utilização dos polos existentes são estratégias em estudo para garantir cobertura eficiente de todas as regiões do estado. Além disso, há o cuidado com o acesso equitativo, afinal, estudantes de áreas mais distantes precisam da mesma qualidade de ensino e oportunidades de formação oferecidas nas grandes cidades.
Como o novo marco do MEC busca garantir a qualidade do ensino?
O Ministério da Educação define padrões mínimos para evitar que diplomas de cursos EaD sejam considerados inferiores em relação aos presenciais. Ao privilegiar práticas presenciais e aulas em tempo real, o objetivo é assegurar que todos os formandos desenvolvam competências tanto no domínio dos conteúdos quanto na vivência profissional, ética e cidadã. Há, ainda, preocupação em manter o ensino superior gratuito e acessível, apesar das mudanças estruturais.
Enquanto a Univesp mantém diálogo com órgãos estaduais e federais para viabilizar as adaptações, o processo mostra uma tendência de valorização da educação híbrida no Brasil, que alia tecnologia, convivência e experiência prática. O compromisso dos gestores está em evoluir os cursos para que continuem servindo à formação qualificada de milhares de paulistas, mantendo o acesso democrático ao ensino superior e o alinhamento às diretrizes nacionais.