Recentemente, a Meta realizou testes com uma nova funcionalidade para chatbots de inteligência artificial nas redes Messenger, WhatsApp e Instagram. Essa atualização permite que as IAs dessas plataformas enviem mensagens proativas e personalizadas aos usuários — ou seja, as interações podem ser iniciadas pela própria máquina, sem que haja uma solicitação direta de quem está do outro lado da tela. Essa abordagem, criada para aumentar o engajamento, já desperta discussões nos âmbitos de privacidade e segurança digital.
Os dados divulgados mostram que a ferramenta foi desenvolvida em colaboração com a empresa de classificação de dados Alignerr. O recurso faz parte do AI Studio, o ecossistema da Meta que permite a criação e personalização de assistentes virtuais. Com essas inovações, a companhia reforça sua aposta em experiências interativas, mas também chama atenção para possíveis impactos, principalmente entre jovens usuários e questões ligadas à exposição de dados pessoais.
Como funcionam os chatbots proativos da Meta?
Os novos chatbots desenvolvidos para as plataformas do grupo Meta têm capacidade de iniciar diálogos, se baseando no histórico de interações dos usuários. Por exemplo, um bot temático como o “Maestro da Magia do Cinema” pode perguntar sobre trilhas sonoras favoritas ou sugerir filmes. A tecnologia é projetada para reconhecer padrões textuais e armazenar informações relevantes em até 14 dias, desde que haja engajamento do usuário. Caso a pessoa não responda, a IA cessa as tentativas de contato.
Além disso, os criadores podem configurar seus bots para uso privado, ou optar por compartilhá-los em diferentes canais, como perfis, stories ou links diretos. O objetivo declarado da Meta é aumentar a proximidade e oferecer recomendações personalizadas, tornando as conversas digitais mais dinâmicas.
Chatbots inteligentes e privacidade: quais são os riscos envolvidos?
A implementação dessas IAs acionadas automaticamente abre discussões sobre privacidade digital e segurança dos dados. Uma das principais preocupações está relacionada à possibilidade de exposição indevida de informações pessoais, já que os bots têm acesso ao histórico de mensagens e preferências. Além disso, o bem-estar emocional de jovens passa a ser um ponto considerado, principalmente após casos de exposição inadequada em outras plataformas baseadas em assistentes conversacionais.
- Manipulação de informações sensíveis: O armazenamento temporário de dados pode representar risco caso haja falhas ou vazamentos.
- Falta de controle do usuário: Mesmo com a opção de não responder, a frequência das mensagens pode ser incômoda.
- Limitações na supervisão: Não há confirmação clara de restrições etárias, o que pode comprometer o uso responsável entre adolescentes.
Como as novas tecnologias da Meta podem transformar o ambiente digital?

No médio e longo prazo, a expectativa é de que esses chatbots personalizados ganhem ainda mais espaço em ambientes online. Estima-se que a Meta projeta receitas bilionárias por meio do uso de inteligência artificial, por meio de anúncios, assinaturas e parcerias envolvendo seus diferentes produtos, como modelos Llama, Meta AI e Horizon. O incremento na automação pretende também enfrentar a chamada “epidemia de solidão”, oferecendo companhia virtual e ampliando possibilidades de entretenimento e aprendizagem.
- Recomendação personalizada de conteúdo: Os bots podem indicar produtos, serviços, filmes e músicas com base no comportamento digital do usuário.
- Assistência em dúvidas rápidas: Respostas a perguntas ou tutoriais automáticos se tornam mais acessíveis.
- Interação 24 horas: O usuário passa a contar com suporte contínuo, sem necessidade de interagir com humanos para demandas rotineiras.
Enquanto a Meta aprimora seus mecanismos para garantir transparência, exibição de alertas e limitar o uso como substitutos de aconselhamento profissional, o debate sobre uso ético da inteligência artificial cresce em todo o mundo. Questões sobre regulação, limites para menores de idade e responsabilidade pelas respostas das máquinas se tornam cada vez mais relevantes, especialmente diante de projeções de crescimento expressivo do setor até 2035.