No ano passado, o Brasil produziu 366,3 milhões de exemplares (+14,5% sobre 2023). Até a última semana de março deste ano a venda de livros está maior em relação ao mesmo período do ano passado tanto em valores (R$ 779,4 milhões x R$ 754,7 milhões, alta de 3,3%) quanto em volume (14,1 milhões x 13,8 milhões, alta de 2,0%), segundo o mais recente Painel do Varejo de Livros no Brasil – feito pela Nielsen BookData em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), que tem mais de 500 empresas associadas. Os dados refletem as vendas realizadas em lojas físicas e virtuais, e não incluem transações das editoras para outros canais, como vendas diretas ao consumidor, a atacadistas ou ao governo. “O mercado se concentra em nichos de sucesso. Não é uma boa notícia”, afirma o presidente do Snel, Dante Cid.
Outro ponto negativo é a queda na bibliodiversidade (número de ISBNs) de 15,25% neste começo de ano. Para Cid, isso reflete preocupação com a situação econômica, uma vez que as editoras reduzem o número de novos lançamentos. Segundo ele, o papel das pequenas editoras e da publicação autônoma é essencial para reverter essa tendência. “Diversos segmentos da sociedade ainda precisam aparecer através da literatura”, afirmou. Por outro lado, há boas notícias vindas de onde não se esperava: o universo digital. Ele cita o sucesso do BookTok, nicho de literatura no TikTok (no domingo, 29, havia 58,7 milhões de postagens com a hashtag BookTok) . “O que era uma ameaça virou ferramenta de promoção da leitura.” Soma-se a isso o papel das feiras literárias, que segundo Cid representam 2% do total das vendas no setor durante o ano. “A última Bienal [do Rio de Janeiro] teve média de nove livros vendidos por visitante, muito mais que o habitual.” Confira a entrevista no portal da Agência DC News.
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