O economista Bruno Musa, sócio da Acqua Vero, traz à tona um aspecto crucial da economia brasileira: a injustiça do modelo tributário. Em sua visão, este sistema transfere recursos de toda a sociedade para um restrito grupo de burocratas que controlam o Estado. Para Musa, essa dinâmica não apenas é desigual, mas também prejudicial ao crescimento econômico.
Musa afirma que o verdadeiro problema da economia brasileira não está na eterna disputa entre ricos e pobres, mas na excessiva interferência do Estado na economia. “A burocracia que se impõe sobre o setor privado aumenta o custo do trabalho e limita a geração de empregos“, destaca. Essa visão sugere que a redução da interferência estatal poderia levar a um ambiente mais favorável para a criação de novas oportunidades de trabalho, o que é essencial para o crescimento econômico.
A análise de Musa também toca na política fiscal do Brasil. A complexidade do sistema tributário e a alta carga fiscal contribuem para um clima de incerteza que desestimula investimentos. Ele argumenta que “uma reforma tributária que simplifique o sistema poderia ser um passo positivo, permitindo que mais recursos sejam direcionados para iniciativas produtivas ao invés de serem consumidos por uma máquina estatal ineficiente.“
Dilema na economia: taxas de juros elevada inibe o crescimento
A discussão sobre a política monetária também é central no pensamento do economista. As taxas de juros elevadas, frequentemente utilizadas como ferramenta para controlar a inflação, têm um impacto direto sobre o custo do crédito e, consequentemente, sobre os investimentos. Musa enfatiza que “juros altos inibem o crescimento, pois encarecem o financiamento para empresas e consumidores“. Isso é especialmente relevante em um momento em que o Brasil precisa revitalizar sua economia após períodos de baixa atividade.
Apesar dos desafios, Musa vê potencial de crescimento econômico no país, desde que haja uma abordagem mais eficiente da política econômica. A combinação entre uma reforma tributária eficaz e a revisão da política de juros poderia, segundo ele, melhorar o ambiente de negócios e atrair mais investimentos. “Precisamos olhar para o futuro com foco em soluções que estimulem o crescimento sustentável da economia”, destaca.
Frente a esse cenário, a recomendação do economista é de cautela. Ele sugere que investidores mantenham portfólios diversificados e observem de perto setores que possam se beneficiar de reformas estruturais. “Investir em empresas menos impactadas pela burocracia e que demonstram resiliência em tempos difíceis pode ser uma boa estratégia”, conclui.