A internacionalização dos investimentos tem ganhado cada vez mais relevância no Brasil. Com um mercado financeiro local mais saturado e a busca por alternativas para diversificação de portfólio, a Avenue, que oferece acesso direto a mercados internacionais, tem se destacado na orientação de investidores brasileiros nesse processo. Em entrevista ao BM&C Business, André Algranti, diretor de desenvolvimento de negócios da Avenue, compartilhou sua visão sobre a mudança no comportamento dos investidores e os desafios da expansão internacional.
De acordo com Algranti, a mudança no perfil do investidor brasileiro foi notável ao longo dos anos. Se no início, muitos viam os investimentos internacionais como algo arriscado e reservado a uma parcela menor da população, hoje, a realidade é diferente. “O brasileiro tem começado a entender que investir fora não é apenas para grandes investidores ou para quem quer correr riscos. Há uma série de opções seguras, como o tesouro americano, que é considerado um dos ativos mais seguros do mundo”, afirmou.
Atualmente, a maioria dos clientes da Avenue são investidores conservadores que buscam alternativas de renda fixa, com uma participação crescente de valores mais elevados. “Em 2020 e 2021, 90% da nossa base de clientes tinha contas com menos de R$ 10.000. Hoje, 90% da nossa custódia é de clientes com valores acima de R$ 55.000”, destacou Algranti.
Assessoria no mercado internacional de investimentos
Uma das grandes mudanças na Avenue foi a implementação de uma assessoria especializada. Inicialmente, a plataforma oferecia um modelo de autoatendimento, onde os clientes podiam investir por conta própria. No entanto, com o crescimento da demanda e o aumento da complexidade do mercado, a empresa investiu em uma equipe de especialistas. “A assessoria foi fundamental. Quando se trata de investir no exterior, há uma série de variáveis a serem consideradas, como o câmbio e as diferenças culturais do mercado. A orientação especializada é essencial”, afirmou Algranti.
Apesar da crescente utilização de tecnologia, como a inteligência artificial, Algranti acredita que a presença de assessores humanos continua sendo crucial para o sucesso dos investidores. “A IA tem sido uma ferramenta que complementa o trabalho do assessor, mas para os investidores com um perfil mais sofisticado, o toque humano e a orientação de um especialista ainda fazem toda a diferença”, disse.
Globalização no mercado de investimentos
Para Algranti, a globalização tem um papel fundamental na mudança do comportamento do investidor. “A geração mais jovem, que já consome conteúdo globalmente, vai olhar para o mercado financeiro de forma globalizada. Assim como escolhem um time de futebol estrangeiro, muitos veem as oportunidades de investimento fora do Brasil como uma extensão natural de seu portfólio”, explicou. Esse fenômeno reflete uma mudança no comportamento do consumidor, que cada vez mais busca opções de investimento em mercados estrangeiros, principalmente nos Estados Unidos.
Algranti também observou que o Brasil ainda está em um estágio inicial no processo de internacionalização dos investimentos. “Atualmente, menos de 1% dos investimentos dos brasileiros estão fora do Brasil. Mas vejo um enorme potencial de crescimento nesse mercado”, disse. Ele acredita que, em breve, investir no exterior será tão comum quanto investir em produtos locais, como o Tesouro Direto.
Futuro dos investimentos internacionais
Olhando para o futuro, Algranti prevê que a integração de investimentos internacionais nas plataformas de investimento brasileiras será inevitável. “Nos próximos cinco anos, quem não oferecer investimentos internacionais será irrelevante. Já estamos caminhando para um cenário em que a experiência do investidor será completamente integrada, com acesso direto a produtos internacionais assim que ele abrir uma conta no Brasil”, afirmou.
A Avenue já se prepara para esse cenário, com planos de expansão e parcerias que conectam investidores brasileiros a oportunidades internacionais. Algranti compartilhou a meta de atingir 1.000 escritórios parceiros até o final de 2025, expandindo ainda mais o acesso ao mercado global.
Avenidas de crescimento no mercado
A história da Avenue começa em 2016, com a missão de democratizar o acesso ao mercado financeiro internacional. Algranti destacou que, naquela época, o mercado de capitais brasileiro crescia rapidamente, mas ainda carecia de produtos de investimentos mais sofisticados. “A indústria de investimentos no Brasil estava em um momento de expansão, mas os produtos disponíveis eram simples e limitados. A ideia da Avenue foi trazer o mercado internacional de forma acessível para o investidor brasileiro”, afirmou.
Nos primeiros anos, a corretora operava com produtos simples como ações, ETFs e fundos imobiliários. No entanto, conforme a demanda aumentava, a empresa percebeu a necessidade de oferecer uma plataforma mais robusta, com a inclusão de assessoria especializada. “À medida que os investidores começaram a entender as vantagens de investir no exterior, vimos a demanda por produtos mais sofisticados e por um atendimento mais completo. O cliente brasileiro, inicialmente mais conservador, começou a procurar alternativas mais seguras, como a renda fixa internacional”, explicou Algranti.
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