Em algum momento da vida, muitas pessoas já experimentaram a estranha sensação de que uma situação presente parece ter acontecido antes. Esse fenômeno, conhecido como déjà vu, desperta curiosidade tanto em especialistas quanto no público em geral. Apesar de ser comum, o déjà vu ainda intriga a ciência, que busca entender as razões por trás dessa impressão de familiaridade repentina.
O termo francês “déjà vu” significa literalmente “já visto”. A sensação costuma surgir de forma inesperada, durante atividades cotidianas, e dura apenas alguns segundos. Embora a experiência seja marcante, geralmente não há uma lembrança clara de quando ou onde aquele momento teria ocorrido anteriormente.
Como ele se manifesta?
O déjà vu é classificado como uma ilusão de memória, em que a pessoa sente que já viveu determinada situação, mesmo sabendo que isso não aconteceu de fato. Essa percepção pode envolver detalhes do ambiente, conversas ou até mesmo emoções. No entanto, não há uma lembrança concreta que justifique a sensação de repetição, o que torna o fenômeno ainda mais misterioso.
Quais são as principais teorias sobre o déjà vu?
Pesquisadores propõem diferentes explicações para o surgimento do déjà vu. Uma das hipóteses mais aceitas sugere que o fenômeno ocorre devido a um descompasso entre áreas do cérebro responsáveis pelo reconhecimento e pela recuperação de memórias. Esse “desencontro” faz com que a pessoa sinta familiaridade antes mesmo de acessar uma lembrança real.
Outras teorias apontam para possíveis causas, como:
- Percepção dividida: quando o cérebro registra um estímulo de forma superficial e, ao reencontrá-lo segundos depois, gera a impressão de já ter vivido aquela situação.
- Memória implícita: experiências passadas pouco lembradas podem influenciar a sensação de familiaridade sem que a pessoa perceba conscientemente.
- Conflito no córtex frontal: a região do cérebro responsável por verificar a veracidade das memórias pode identificar uma incoerência entre o sentimento de já ter vivido e a ausência de uma lembrança específica.
Déjà vu é comum? Quem está mais propenso a vivenciar?
Estudos indicam que cerca de 60% a 70% da população mundial já relatou ter passado por um episódio de déjà vu ao menos uma vez. A frequência pode variar de pessoa para pessoa, sendo mais comum entre jovens adultos, especialmente na faixa dos 15 aos 25 anos. Fatores como cansaço, estresse, viagens frequentes e até mesmo a leitura de livros ou lembranças de sonhos podem aumentar a probabilidade de ocorrência.
Além disso, pessoas que apresentam alta atividade de dopamina ou que possuem facilidade para recordar sonhos também tendem a relatar mais episódios. Em situações normais, o déjà vu não costuma ser motivo de preocupação. No entanto, quando ocorre de forma recorrente ou está associado a sintomas como tontura e perda de consciência, pode indicar a necessidade de avaliação médica, principalmente para descartar condições neurológicas como a epilepsia do lobo temporal.

Quais curiosidades a ciência já descobriu sobre o déjà vu?
O interesse pelo déjà vu levou cientistas a realizarem experimentos utilizando hipnose e realidade virtual, conseguindo induzir sensações semelhantes em voluntários. Pesquisas também mostram que pessoas com maior nível de escolaridade ou que viajam com frequência relatam mais episódios desse tipo. Além disso, o fenômeno pode estar relacionado a situações de estresse, enxaqueca, uso de determinados medicamentos e até a distúrbios neurológicos.
Apesar de ainda não haver uma explicação definitiva, o estudo do déjà vu contribui para o entendimento do funcionamento da memória humana. O fenômeno evidencia como o cérebro processa e compara experiências, demonstrando a complexidade dos mecanismos envolvidos na percepção de familiaridade.
Pode indicar algum problema de saúde?
Na maioria dos casos, o déjà vu é considerado uma experiência normal e passageira. Contudo, episódios frequentes ou acompanhados de outros sintomas podem ser sinais de alterações neurológicas. Em situações como essas, é recomendado buscar orientação de um especialista para investigação adequada.
O fenômeno, além de curioso, serve como um lembrete de que o cérebro humano ainda guarda muitos mistérios. A sensação de já ter vivido algo, mesmo sem explicação clara, continua sendo objeto de estudo e fascínio para a ciência em 2025.