O enquadramento tributário é um dos pontos mais relevantes para quem empreende no Brasil. Em 2025, muitos microempreendedores individuais (MEI) que ultrapassaram o limite de faturamento permitido em 2024 precisarão migrar para o Simples Nacional, enfrentando novas regras e obrigações fiscais. Essa transição envolve mudanças importantes, especialmente no que diz respeito às taxas e à forma de recolhimento dos tributos.
O MEI que foi desenquadrado por exceder o teto de receita bruta em até 20% deve iniciar o recolhimento dos impostos pelo Simples Nacional a partir de 1º de janeiro de 2025. Para isso, será necessário utilizar o aplicativo PGDAS-D, ferramenta oficial para apuração e declaração dos tributos nesse regime. O processo de adaptação exige atenção, já que o Simples Nacional apresenta uma estrutura tributária mais complexa e custos superiores ao modelo simplificado do MEI.
Quais são as principais diferenças entre as taxas do MEI e do Simples Nacional?
O principal contraste entre os dois regimes está no valor e na forma de pagamento dos tributos. O MEI, até 2024, recolhe mensalmente um valor fixo, que inclui a contribuição previdenciária e impostos municipais ou estaduais, dependendo da atividade exercida. Esse valor gira em torno de R$ 75,90 para a previdência, acrescido de R$ 5,00 de ISS para prestadores de serviço ou R$ 1,00 de ICMS para comércio e indústria.
No Simples Nacional, as alíquotas são variáveis e calculadas sobre o faturamento mensal. Para indústrias, a taxa inicial é de 4%; para comércio, 4,5%. O setor de serviços possui faixas diferenciadas: atividades consideradas mais simples começam com 6%, enquanto outras, mais complexas, partem de 15,5%. Com um bom planejamento tributário, é possível reduzir essas alíquotas, mas, ainda assim, os valores tendem a ser superiores aos pagos pelo MEI.
Como funciona o recolhimento de tributos no Simples Nacional?
Ao migrar para o Simples Nacional, o empreendedor deve se adaptar ao recolhimento unificado de diversos tributos federais, estaduais e municipais. O cálculo é feito mensalmente com base no faturamento, utilizando o PGDAS-D para gerar a guia de pagamento. A contratação de um contador passa a ser praticamente indispensável, pois o sistema exige conhecimento técnico para correta apuração dos impostos e envio das declarações obrigatórias.
- Impostos incluídos: IRPJ, CSLL, PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS e INSS patronal.
- Periodicidade: Pagamento mensal, com vencimento até o dia 20 do mês seguinte ao da apuração.
- Obrigatoriedade: Entrega de declarações acessórias, como a DEFIS e o próprio PGDAS-D.

Quais cuidados o empreendedor deve ter ao migrar do MEI para o Simples Nacional?
O acompanhamento rigoroso do faturamento é fundamental para evitar surpresas e penalidades. Ao perceber que a receita está próxima do limite do MEI, o empreendedor deve buscar orientação contábil para planejar a transição e evitar multas por recolhimento inadequado. A mudança de regime implica não apenas em aumento de custos, mas também em novas obrigações acessórias e necessidade de maior controle financeiro.
- Monitorar mensalmente o faturamento e as previsões de entrada de recursos.
- Contratar um contador para auxiliar na apuração dos tributos e no cumprimento das obrigações legais.
- Utilizar o PGDAS-D corretamente para gerar as guias de pagamento e declarações.
- Manter a documentação organizada para facilitar eventuais fiscalizações.
O que muda para o empreendedor após o desenquadramento do MEI?
Com a migração para o Simples Nacional, o empreendedor passa a lidar com uma carga tributária mais elevada e um sistema de apuração mais detalhado. Além disso, a obrigatoriedade de contador e o cumprimento de novas obrigações acessórias exigem maior atenção à gestão do negócio. Apesar do aumento dos custos, o Simples Nacional oferece a vantagem de unificar tributos e simplificar o pagamento, facilitando o crescimento da empresa dentro da legalidade.
O conhecimento das diferenças entre os regimes e o acompanhamento próximo das finanças são essenciais para que a transição ocorra de forma tranquila e sem prejuízos para o negócio. O planejamento tributário e a orientação profissional são aliados importantes nesse processo de adaptação.