A postura adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao conflito entre Irã e Israel voltou a gerar críticas e inquietações no cenário internacional. Em entrevista à BM&C News, o economista Bruno Musa, sócio da Acqua Vero, avaliou que o Brasil, ao se posicionar de forma divergente dos principais líderes globais, caminha na contramão dos interesses democráticos e da segurança internacional.
Durante o encontro do G7, os líderes das maiores economias do mundo reforçaram o direito de defesa de Israel e manifestaram preocupação com as ações do Irã no enriquecimento de urânio fora dos acordos nucleares vigentes. No entanto, Lula adotou uma linha oposta, criticando Israel e, segundo Musa, aparentando certa condescendência com o regime iraniano.
“O Brasil continua, através da figura do presidente, se posicionando a favor de regimes autoritários, que representam uma verdadeira ameaça”, afirmou Musa. “Há grandes indícios de que o Irã não está apenas enriquecendo urânio, mas que estaria mesmo construindo uma bomba nuclear. Isso, nas mãos de um regime brutal como o dos aiatolás, é extremamente perigoso”, completou.
Críticas anteriores e crescente isolamento diplomático
Musa relembrou que essa não é a primeira vez que Lula se alinha a posições controversas. No início do conflito entre Israel e o grupo Hamas, o presidente brasileiro já havia criticado duramente Tel Aviv, gerando desconforto diplomático com aliados históricos. Agora, o cenário é ainda mais delicado, com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertando sobre indícios concretos da tentativa iraniana de construir um artefato nuclear.
“Mesmo líderes europeus que antes criticavam Israel mudaram de posição diante do risco real representado pelo Irã. A ameaça não é só para o Oriente Médio, mas para a própria Europa. E o Brasil segue isolado nesse debate”, ressaltou o economista.
Alinhamento ideológico do Brasil pode comprometer relações estratégicas
A avaliação de Musa também trouxe à tona um ponto central do debate internacional atual: a falta de alinhamento do Brasil com os princípios de prosperidade, segurança e avanço tecnológico. Para ele, manter uma postura ambígua ou simpática a regimes autoritários pode comprometer não apenas a imagem do país, mas também suas relações estratégicas no longo prazo.
“O Brasil parece estar sempre na contramão do avanço e da prosperidade”, concluiu.
A fala de Bruno Musa reforça a percepção de que o posicionamento brasileiro em temas sensíveis da geopolítica internacional tem se afastado do consenso democrático global, justamente em um momento de elevada tensão e risco de proliferação nuclear.
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