O Supremo Tribunal Federal (STF) tem desempenhado papel central em investigações de grande repercussão nacional, especialmente quando envolvem figuras públicas e temas sensíveis para a democracia brasileira. Em janeiro de 2025, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o Google Brasil fornecesse, em até 48 horas, informações sobre o responsável por publicar a chamada “minuta do golpe” na internet. A medida foi tomada no contexto de uma ação penal que apura a suposta tentativa de subversão da ordem democrática.
A solicitação de dados partiu da defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Os advogados argumentaram que seria necessária uma perícia para verificar se o documento encontrado na residência de Torres era idêntico ao que circulava online. O objetivo era esclarecer a origem do arquivo e a possível responsabilidade do ex-ministro no episódio.
Por que o STF pediu informações ao Google sobre a “minuta do golpe”?
A busca por transparência e a necessidade de identificar a autoria de conteúdos digitais têm se tornado cada vez mais frequentes em processos judiciais. No caso da “minuta do golpe”, o STF considerou fundamental rastrear quem inseriu o documento na internet, visto que tal informação pode ser decisiva para o andamento das investigações. A decisão de Alexandre de Moraes reforça a importância da colaboração entre plataformas digitais e autoridades judiciais em casos que envolvem possíveis ameaças à ordem institucional.
Como funcionam as diligências e perícias em processos criminais?
Durante investigações criminais, é comum que as defesas solicitem diligências complementares, como perícias técnicas e audiovisuais. No episódio em questão, a defesa de Anderson Torres pediu, além da identificação do responsável pela publicação, uma perícia audiovisual para comparar trechos de um relatório da Polícia Federal com declarações feitas por Torres em uma transmissão ao vivo realizada em julho de 2021. O objetivo dessas análises é garantir que todos os elementos de prova sejam devidamente examinados, permitindo uma avaliação justa dos fatos.
Quais outros procedimentos foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes?

Além do pedido relacionado ao Google, o ministro autorizou a realização de acareações entre envolvidos no processo. A acareação é um procedimento no qual duas ou mais pessoas são colocadas frente a frente para esclarecer eventuais contradições em seus depoimentos. Entre as acareações autorizadas, destacam-se:
- Anderson Torres e o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército;
- Mauro Cid e Braga Netto, ambos citados em investigações sobre a suposta trama golpista.
Essas medidas visam aprofundar o esclarecimento dos fatos e permitir que as versões apresentadas sejam confrontadas diretamente, contribuindo para a busca da verdade processual.
O que acontece quando pedidos das defesas são negados?
Nem todos os requerimentos apresentados pelas defesas são aceitos pelo STF. Em situações recentes, o ministro Alexandre de Moraes negou, por exemplo, a prorrogação do prazo para análise de mídias digitais solicitada por alguns réus, bem como pedidos para anular delações ou suspender ações penais. Essas decisões são fundamentadas na legislação vigente e buscam garantir o equilíbrio entre o direito de defesa e a celeridade processual.
- Pedidos de acesso a provas de outros processos foram indeferidos.
- Solicitações para suspender ações penais também não foram acolhidas.
O caso da “minuta do golpe” ilustra como o Judiciário brasileiro tem atuado para esclarecer episódios que envolvem a segurança institucional. A colaboração entre órgãos de investigação, plataformas digitais e o STF é vista como essencial para garantir que os fatos sejam apurados de forma transparente e rigorosa, respeitando os direitos de defesa e a legalidade dos procedimentos.