Nesta quarta-feira, 18 de junho, a Marfrig Global Foods S.A. completa 18 anos como companhia aberta, marcando sua “maioridade” no mercado de capitais brasileiro. O que seria um dia simbólico para a gigante do setor de alimentos acabou ganhando um novo significado com a inesperada decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de suspender por 21 dias a assembleia que votaria a fusão entre Marfrig e BRF — uma operação que consolidaria ainda mais sua presença no setor de proteína animal.
A coincidência de datas é emblemática. Foi em 18 de junho de 2007 que a Marfrig obteve seu registro junto à CVM como companhia aberta, ingressando no Novo Mercado da B3. Exatos 18 anos depois, a companhia esperava consolidar o maior movimento estratégico de sua história recente: a incorporação da Marfrig pela BRF, operação que uniria duas das maiores empresas de proteína do mundo.
Contudo, atendendo a pedidos de minoritários — incluindo o herdeiro da Sadia, Alex Fontana, e o fundo Latache — a CVM determinou o adiamento da Assembleia Geral Extraordinária da BRF para que fossem prestados esclarecimentos sobre a relação de troca de ações e os critérios do processo de fusão.
Linha do tempo: a trajetória da Marfrig até aqui
- 1986: Fundada por Marcos Molina aos 16 anos, a Marfrig inicia as atividades como distribuidora de carnes.
- 2000: Aquisição da primeira planta de abate em Bataguassu (MS).
- 2007: Em 18 de junho, a Marfrig torna-se companhia aberta, listando suas ações no Novo Mercado da B3.
- 2008 a 2012: Ciclo de internacionalização com aquisições como Seara, Keystone, Moy Park e National Beef.
- 2014: Empresa passa a se chamar Marfrig Global Foods S.A.
- 2020-2022: Aumenta posição na BRF até se tornar maior acionista individual, com mais de 50% do capital votante.
- 2023: Propõe oficialmente a fusão com a BRF, criando uma operação ainda mais robusta em proteína bovina e aves.
- 2025: Na véspera do dia em que completa 18 anos de listagem na bolsa, vê a fusão adiada por decisão da CVM.
Expectativa do mercado: cenário-base ainda é de fusão
Mesmo diante do adiamento, a XP Investimentos segue confiante na aprovação do negócio:
“A XP Investimentos, inclusive, possui como cenário base a aprovação da fusão com manutenção dos termos iniciais propostos. Continuamos achando que, até a definição do processo, ambas ações continuam tradando movimentos técnicos em detrimento de fundamentos”.”””, escreveram os analistas.
Se concretizada, a fusão dará origem a uma empresa com receita estimada de R$ 152 bilhões, presença global em 117 países e produção anual de cerca de 8 milhões de toneladas de proteína animal, de acordo com os dados oficiais das companhias.
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