Nesta quarta-feira, 18 de junho, o Federal Reserve (FED) dos Estados Unidos se reúne para definir o futuro das taxas de juros. A expectativa é de manutenção das taxas atuais, entre 4,25% e 4,50%, mas com diferentes análises sobre os possíveis próximos passos. Especialistas apontam para a cautela do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) diante das incertezas econômicas, tanto internas quanto externas.
Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, destaca que a manutenção das taxas está relacionada à necessidade de avaliar melhor os impactos das medidas econômicas implementadas pela administração Trump, cujos efeitos ainda estão sendo absorvidos pela economia americana. Em sua visão, a política monetária deve continuar estável nos próximos anos, tanto nos EUA quanto no Brasil, com o Banco Central Brasileiro seguindo o exemplo do FED e mantendo a taxa Selic constante até 2025, somente começando a avaliar cortes a partir de 2026.
Já Julio Cesar Barros, economista do Banco Daycoval, observa que, embora a inflação tenha dado sinais de queda e a economia mundial tenha uma desaceleração moderada, o mercado de trabalho nos Estados Unidos segue robusto, com criação de vagas e aumento nos rendimentos reais. No entanto, a persistente incerteza global e os impactos não totalmente absorvidos das tarifas entre EUA e China mantêm o FED em uma postura de cautela. Ele projeta que o FOMC só deve iniciar os cortes de juros no terceiro trimestre deste ano, com uma redução gradual para 4% até o final de 2025.
Andressa Durão, economista do ASA, também acredita que a reunião do FED deve manter as taxas inalteradas, com o foco do mercado voltado para a revisão das projeções macroeconômicas que serão anunciadas. Para ela, o presidente Jerome Powell continuará mantendo um tom prudente, sem pressa para ajustar a política monetária. A incerteza que ainda paira sobre a economia global, principalmente em relação ao crescimento e ao potencial impacto da guerra comercial, reforça a necessidade de o Comitê adotar uma postura mais conservadora.
O cenário desenhado pelos analistas aponta para uma continuidade da cautela do FED, com um possível adiamento dos cortes até que mais dados econômicos sejam consolidados. Enquanto a economia dos EUA continua a demonstrar sinais de resiliência, os riscos globais exigem uma abordagem mais cuidadosa, e a espera por sinais mais claros sobre a trajetória da inflação e o impacto das políticas fiscais e comerciais deve moldar as próximas decisões do FED.
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