O Congresso Nacional aprovou uma medida que altera o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e à aposentadoria por invalidez para pessoas diagnosticadas com doenças específicas. Essa decisão ocorreu após a derrubada de um veto presidencial, permitindo que portadores de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), Alzheimer, Parkinson e Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) tenham acesso facilitado a esses benefícios previdenciários. O tema ganhou destaque por envolver questões de saúde, direitos sociais e impacto financeiro para o sistema público.
Anteriormente, o Executivo havia vetado a proposta sob a justificativa de que a medida poderia gerar aumento de despesas de caráter continuado e contrariar princípios de avaliação biopsicossocial. No entanto, a decisão do Congresso reflete uma preocupação em garantir proteção social a pessoas com condições de saúde consideradas graves e irreversíveis, ampliando o alcance da assistência oferecida pelo Estado.
O que muda com a derrubada do veto ao BPC e à aposentadoria por invalidez?
Com a nova legislação, indivíduos diagnosticados com Aids, Alzheimer, Parkinson ou ELA passam a ter tratamento diferenciado para acesso ao BPC e à aposentadoria por invalidez. Antes, esses beneficiários precisavam passar por reavaliações periódicas para comprovar a continuidade da incapacidade. Agora, a lei dispensa a necessidade de reavaliação bienal para quem apresenta incapacidade considerada irreversível, agilizando o processo e reduzindo a burocracia.
Essa mudança busca garantir maior segurança e estabilidade para pessoas que enfrentam doenças progressivas e sem perspectiva de recuperação. O objetivo é evitar que pacientes em situação de vulnerabilidade precisem comprovar repetidamente sua condição, o que pode ser desgastante e dificultar o acesso a direitos já previstos em lei.
Quais doenças garantem acesso facilitado ao BPC e à aposentadoria por invalidez?
O texto aprovado pelo Congresso inclui quatro doenças específicas que agora recebem tratamento especial na concessão dos benefícios:
- Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids): doença crônica que compromete o sistema imunológico.
- Alzheimer: condição neurodegenerativa que afeta a memória e outras funções cognitivas.
- Parkinson: distúrbio do sistema nervoso central que prejudica o movimento.
- Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): doença progressiva que afeta os neurônios motores.
Essas enfermidades foram escolhidas por apresentarem caráter irreversível e progressivo, dificultando a recuperação e tornando a incapacidade permanente para o trabalho e para a vida independente.

Como funciona o Benefício de Prestação Continuada (BPC)?
O BPC é um benefício assistencial previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), destinado a idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência de qualquer idade que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção. O valor corresponde a um salário mínimo mensal e não exige contribuição prévia ao INSS.
Para receber o BPC, é necessário atender a critérios de renda familiar e comprovar a condição de deficiência ou idade. Com a nova regra, pessoas com as doenças listadas passam a ter o processo de concessão simplificado, sem a obrigatoriedade de reavaliações periódicas, desde que a incapacidade seja considerada permanente.
Quais são os impactos da nova legislação para o sistema previdenciário?
A ampliação do acesso ao BPC e à aposentadoria por invalidez para portadores de doenças graves pode resultar em aumento do número de beneficiários e, consequentemente, em maior demanda de recursos públicos. Especialistas apontam que a medida pode abrir precedentes para inclusão de outras enfermidades no futuro, o que exigirá atenção quanto à sustentabilidade financeira do sistema.
Além do impacto orçamentário, a decisão também traz reflexos jurídicos e sociais, ao modificar critérios de avaliação e reforçar a proteção a grupos vulneráveis. O debate sobre o equilíbrio entre responsabilidade fiscal e garantia de direitos sociais permanece em pauta, especialmente diante do envelhecimento da população e do aumento da incidência de doenças crônicas.
Com a nova legislação em vigor, pessoas diagnosticadas com Aids, Alzheimer, Parkinson ou ELA têm acesso facilitado ao BPC e à aposentadoria por invalidez, sem a necessidade de reavaliações periódicas. A medida representa uma mudança significativa na política de assistência social, buscando atender de forma mais ágil e eficiente quem enfrenta condições de saúde irreversíveis.