Estados Unidos e China voltaram à mesa de negociações em Londres em um esforço para reduzir tensões comerciais e rever tarifas sobre setores estratégicos como tecnologia e minerais raros. A movimentação sinaliza uma tentativa de reaproximação após anos de embates econômicos. Para o economista e doutor em relações internacionais Igor Lucena, há espaço real para avanços relevantes nesse novo ciclo de conversas.
Segundo Lucena, há sim espaço real para avanços, apesar do cenário desgastado dos últimos anos. “A primeira tentativa foi na Suíça, depois houve conversas diretas entre os presidentes. Agora, em Londres, temos uma negociação real, ponto a ponto, com foco em minerais raros, microchips e setores sensíveis como o automotivo”, disse.
Redução de tarifas e cálculo político
Para o especialista, uma das metas principais das reuniões é negociar a redução de tarifas em produtos críticos para ambas as economias. Lucena destaca que o presidente Donald Trump enfrenta uma corrida contra o tempo, já que decisões judiciais nos EUA questionam a legalidade de algumas tarifas implementadas. “Ele busca fechar acordos antes que o Judiciário possa reverter sua política comercial”, afirmou.
O avanço do diálogo tem provocado reação positiva nas bolsas internacionais. “Mesmo sem acordo de imediato de redução das tarifas, o simples fato de retomarem as negociações já dá um alívio para os mercados”, explicou Lucena.
O economista também acredita que um progresso entre as duas maiores potências pode abrir espaço para outras nações, como o Reino Unido, entrarem em negociações estratégicas com os EUA. “Há uma janela de oportunidade e um relógio político pressionando o governo americano. Isso pode acelerar entendimentos relevantes nos próximos meses.”