A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (2) uma redução de R$ 0,17 por litro no preço da gasolina vendida às distribuidoras, o que representa uma queda de 5,6%. Com isso, o valor médio do combustível passa de R$ 3,02 para R$ 2,85 por litro nas refinarias. A nova tarifa entra em vigor já nesta terça-feira (3).
O corte faz parte da política de revisão de preços da estatal e ocorre em um contexto de monitoramento das cotações internacionais do petróleo e do câmbio, que influenciam diretamente a formação do preço dos combustíveis no Brasil.
Efeito limitado nas bombas, segundo Petrobras
Apesar da redução significativa nas refinarias, o impacto no bolso do consumidor tende a ser mais discreto. A gasolina que chega aos postos – chamada de gasolina C – é composta por 73% de gasolina A (refinada pela Petrobras) e 27% de etanol anidro, o que dilui o efeito da queda.
Segundo a Petrobras, com a nova composição, a parcela da estatal no preço ao consumidor cairá de R$ 2,20 para R$ 2,08 por litro, resultando em um desconto de R$ 0,12 por litro na bomba, se o repasse for integral.
Redução da gasolina pela Petrobras e os impactos na inflação
A queda no preço da gasolina pode aliviar a inflação em junho. De acordo com a Warren Investimentos, o corte deve retirar entre 8 e 10 pontos-base (bps) do IPCA do mês, levando a uma revisão na projeção anual de inflação, que passa de 5,3% para 5,2%.
“A medida deve ter um impacto direto sobre a inflação. De acordo com cálculos da Warren Investimentos, o IPCA de junho pode cair entre 8 e 10 pontos-base (bps), o que representa uma revisão da projeção de 5,3% para 5,2% no ano.“, destaca a estrategista.
A estrategista de inflação da Warren, Andréa Angelo, afirma que a influência positiva dependerá do grau de repasse aos consumidores.
“O alívio nos preços para o consumidor final, no entanto, dependerá do repasse nas bombas. Estimativas da estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, indicam que cerca de 30% a 35% da queda promovida pela refinaria tende a ser sentida nos postos de combustíveis em junho.”, afirma a especialista.
Embora a medida tenha potencial para conter a inflação no curto prazo, analistas alertam que outros fatores continuam pressionando os preços, como a volatilidade do dólar, a política fiscal e o comportamento do petróleo no mercado internacional.
A decisão da Petrobras ocorre em um momento de atenção redobrada sobre o IPCA, já que a inflação acumulada em 12 meses segue próxima do teto da meta. A redução no preço da gasolina pode ajudar a suavizar o índice, mas o cenário fiscal e monetário segue desafiador.