O governo do Rio Grande do Sul apresentou à Assembleia Legislativa um projeto de lei que propõe a atualização do salário mínimo regional para o ano de 2025. O projeto, que foi submetido em regime de urgência, sugere um reajuste de 8% nos valores atuais. Com essa mudança, a menor faixa salarial deve ser ajustada para R$ 1.789,04, enquanto a maior faixa deve alcançar R$ 2.267,21.
O Projeto de Lei 185/2025, ao ser apresentado em regime de urgência, implica que, caso não seja votado em até 30 dias, ele começará a trancar a pauta de deliberações da Assembleia Legislativa. A justificativa do governo para o reajuste é equilibrar a valorização do trabalho local com a necessidade de evitar distorções no mercado de trabalho, além de incentivar a recuperação dos empregos formais nas categorias contempladas.
Qual é a importância do piso salarial regional?
O piso salarial regional serve como referência para trabalhadores que não têm salários definidos por acordos ou convenções coletivas. Ele também impacta aqueles que atuam na informalidade, proporcionando uma base mínima de remuneração. Segundo o governo do RS, a data-base dos pisos salariais é 1º de maio, e os novos valores passam a valer a partir da publicação da lei.

Quais são as faixas salariais propostas?
O projeto de lei divide os trabalhadores em diferentes faixas salariais, de acordo com os setores de atuação. A seguir, são apresentadas as categorias e suas respectivas faixas:
- Na agricultura e pecuária, indústrias extrativas, empresas de pesca, empregados domésticos, turismo e hospitalidade, construção civil, indústrias de instrumentos musicais e brinquedos, estabelecimentos hípicos, motoboys, garagens e estacionamentos.
- Nas indústrias do vestuário e calçado, fiação e tecelagem, artefatos de couro, papel, papelão e cortiça, empresas de distribuição de jornais e revistas, serviços de saúde, asseio, conservação e limpeza, telecomunicações, hotéis, restaurantes e bares.
- Nas indústrias do mobiliário, químicas e farmacêuticas, cinematográficas, alimentação, comércio em geral, agentes autônomos do comércio, exibidoras e distribuidoras cinematográficas, movimentadores de mercadorias, comércio armazenador, auxiliares de administração de armazéns gerais.
- Nas indústrias metalúrgicas, mecânicas, material elétrico, gráficas, vidros, cristais, cerâmica, artefatos de borracha, seguros privados, edifícios e condomínios, joalheria, administração escolar, entidades culturais, recreativas, assistência social, marinheiros fluviais, vigilantes, marítimos.
- Para trabalhadores técnicos de nível médio, tanto em cursos integrados quanto subsequentes ou concomitantes.
Como o reajuste pode impactar o mercado de trabalho?
O reajuste do salário mínimo regional pode ter diversos impactos no mercado de trabalho. Ao aumentar o piso salarial, o governo busca valorizar o trabalho local e estimular a formalização dos empregos. No entanto, é necessário equilibrar esse aumento para evitar que as empresas enfrentem dificuldades financeiras que possam levar a demissões ou à redução de contratações.
Além disso, o reajuste pode servir como um incentivo para que trabalhadores informais busquem oportunidades no mercado formal, onde os direitos trabalhistas são mais garantidos. O desafio está em encontrar um equilíbrio que beneficie tanto os trabalhadores quanto os empregadores, promovendo um ambiente econômico saudável e sustentável.