A Hurst Capital fechou uma parceria com a gestora APEX para investir em startups voltadas ao setor esportivo. O investimento será feito por meio de um fundo de venture capital com foco em empresas de tecnologia esportiva, mídia e entretenimento. O aporte mínimo é de R$ 10 mil e a expectativa de retorno anual é de 20,14% em euros.
Fundada em 2021, a APEX é especializada em investimentos no setor esportivo e tem como diferencial uma comunidade de mais de 100 atletas profissionais de elite que atuam como investidores estratégicos. Entre os nomes que apoiam a gestora estão os pilotos Carlos Sainz, Lando Norris e Valtteri Bottas, além de jogadores como Raphael Varane, Christian Eriksen e Marcelo.
O portfólio do fundo prevê investimentos em até 25 startups. Cerca de 40% das empresas devem estar em estágio pré-seed, com aportes médios de 250 mil euros por empresa e participação de 6% a 8% no capital. Os demais 60% do fundo serão destinados a empresas em estágio seed ou superior, com investimentos entre 500 mil e 1 milhão de euros e participação de 5% a 10%.
O foco está em soluções voltadas à performance esportiva (como nutrição, sono e saúde mental) e à inovação no consumo de conteúdo esportivo, incluindo web3 e experiências para fãs.
Entre os destaques do portfólio já investido pela APEX estão a TMRW Golf League, fundada por Tiger Woods e Rory McIlroy, que mistura golfe físico e virtual com eventos em estádio próprio, e a ScorePlay, plataforma de gestão de mídia para organizações esportivas. Segundo a APEX, essas empresas geraram múltiplos de retorno de 4,5x e 3,9x, respectivamente, com base em rodadas subsequentes de captação.
Investimento em esportes
O investimento em esportes tem se consolidado como uma classe de ativo com forte potencial de valorização. Nos últimos anos, o valor das franquias esportivas cresceu em ritmo acelerado, superando inclusive os principais índices de mercado.
Um exemplo é a Major League Soccer (MLS), que registrou alta de 1.565% no valuation de suas equipes em uma década, desempenho muito acima do S&P 500. A Fórmula 1 também se destacou ao atrair aportes relevantes após a aquisição pela Liberty Media.
Esse movimento tem chamado a atenção de grandes investidores institucionais. Fundos de private equity e venture capital passaram a atuar ativamente no setor, como é o caso do Arctos Capital, que levantou US$ 4,1 bilhões para investir em franquias esportivas de alto perfil. Fundos soberanos, como o da Arábia Saudita, também estão direcionando recursos bilionários para ligas, clubes e competições, reforçando a atratividade do setor como veículo de diversificação e retorno.
Outro motor importante de valorização está na mídia esportiva. Os direitos de transmissão seguem em expansão global, elevando o valor de clubes e ligas. Em 2023, a Premier League fechou contrato de £12,25 bilhões para transmissões domésticas, enquanto a NBA se prepara para um novo acordo avaliado em mais de US$ 76 bilhões. A crescente demanda por streaming e conteúdo digital atrai empresas como Amazon, Apple e Google, ampliando ainda mais as oportunidades de monetização no ecossistema esportivo.