O Ibovespa fechou o pregão desta terça-feira com alta de 0,06%, aos 135.093 pontos, no sétimo avanço consecutivo, alimentando o otimismo dos investidores que já enxergam a Bolsa brasileira no radar de retorno ao recorde histórico. Durante a sessão, o índice chegou a 136.149 pontos — sua maior marca em 2025 — e ficou a menos de 1% da máxima de 137.469 pontos registrada em agosto do ano passado.
Segundo Leandro Martins, analista CNPI e comentarista da BM&C News, a recuperação do índice é reflexo direto de uma confluência entre fatores técnicos e expectativas macroeconômicas. “Quando rompeu os 130 mil, o Ibovespa abriu espaço para buscar o topo histórico. E por que isso é importante? Porque topo histórico traz mídia, traz atenção popular. É o jornaleiro, o taxista, o engraxate falando de Bolsa. Isso retroalimenta o mercado”, explicou Leandro ao programa Closing.
Além do apelo simbólico, o analista destacou o momento de transição na política monetária: “A Selic está se aproximando de um topo, e o mercado começa a precificar cortes. Juros para baixo, Bolsa para cima. Esse é o ciclo.”
No mercado de câmbio, o dólar comercial recuou 0,32%, cotado a R$ 5,6307, acumulando oito sessões de queda. “O dólar em baixa ajuda a inflação, o que fortalece a visão de fim do aperto monetário. É uma equação favorável para ativos de risco”, comentou Leandro, ao reforçar que a ‘poeira Trump’ também já se dissipou e o ambiente global favorece emergentes.
Destaques corporativos
Entre as ações mais negociadas do dia, PCAR3 (Pão de Açúcar) disparou mais de 14% com rumores sobre mudanças no conselho. Leandro celebrou o rompimento técnico da resistência: “Água mole em pedra dura… a resistência estourou e o papel explodiu. Quem tem, mantém.”
Na outra ponta, AZUL4 (Azul Linhas Aéreas) desabou 10,77%, marcando nova mínima histórica. “Já tínhamos alertado sobre o suporte nos R$ 3. Perdendo isso, derretia — e foi o que aconteceu”, alertou o analista, que ainda reforçou: “Tinha que mudar o código para vermelho.”