Durante entrevista ao programa BM&C News, o gestor da Bluemetrix, Renan Silva, projetou um cenário otimista para a Vale, com base na recuperação da demanda global por commodities, especialmente minério de ferro, níquel e cobre. A mineradora divulga seu balanço financeiro após o fechamento do mercado e, segundo o especialista, mesmo com preços pressionados, a empresa deve apresentar bons números.
“A Vale navega muito bem mesmo com preços comprimidos, porque tem um minério de alta qualidade e uma logística eficiente. Com isso, ela ganha mercado nesses momentos”, afirmou Silva.
Commodities: hina segue como motor da demanda, mas não sozinha
Renan destacou que o crescimento da China continua sendo relevante para a sustentação da demanda global, mas chamou atenção para outras economias que vêm ganhando protagonismo, como Índia, Vietnã e os próprios Estados Unidos. “A China passou bem pelo momento de austeridade e agora vemos os preços das commodities voltando a subir. Isso favorece a Vale”, disse.
Ele ainda observa que, se os EUA avançarem em um plano estratégico de renovação de infraestrutura, isso também pode aquecer a demanda por minério brasileiro. “A infraestrutura é o calcanhar de Aquiles dos Estados Unidos. Um movimento nessa direção pode gerar uma demanda interessante para a Vale”, analisou.
Um dos diferenciais competitivos destacados por Silva é a capacidade da Vale de redirecionar suas exportações conforme as oportunidades surgem. “Se a Índia cresce, a Vale desloca para lá. Já aconteceu no passado com o Japão. Isso não se faz da noite pro dia, mas ela tem essa vantagem operacional consolidada”, explicou.
Cenário global sustenta preços das commodities
Além do minério de ferro, o gestor também apontou a valorização de outras matérias-primas, como níquel e cobre, como sinal de uma reativação do apetite global por infraestrutura e produção industrial. “O ciclo de alta não é só do minério. A cadeia de commodities como um todo começa a mostrar força novamente”, afirmou.