Belém, capital do Pará, está surpreendendo o Brasil ao emergir como uma das cidades mais vibrantes quando o assunto é cultura, sustentabilidade e economia criativa. Se antes era conhecida apenas pelos sabores da Amazônia e o icônico Mercado Ver-o-Peso, hoje a cidade desponta como símbolo de um novo modelo de urbanismo: mais inclusivo, resiliente e culturalmente forte.
A fusão entre tradições centenárias e inovações contemporâneas tem feito de Belém um verdadeiro polo amazônico de turismo cultural e práticas sustentáveis.
Cultura amazônica viva em cada canto
Belém carrega em sua essência uma identidade profundamente enraizada na cultura amazônica. O Theatro da Paz, um dos mais antigos e importantes do país, é palco de grandes espetáculos e abriga projetos de formação musical. Já o Museu Paraense Emílio Goeldi se tornou referência nacional na preservação da biodiversidade e das culturas indígenas.
Nos últimos anos, eventos como a Festa Literária Internacional de Belém e festivais de cinema amazônico têm ampliado o alcance da cena cultural local. O movimento de artistas, escritores, músicos e empreendedores criativos impulsiona a economia com base na produção cultural e na valorização da identidade regional.
Sustentabilidade como pilar de desenvolvimento urbano
Com a proximidade da COP30, que será sediada em Belém em 2025, a cidade está intensificando políticas públicas voltadas à sustentabilidade. O Parque Estadual do Utinga é um exemplo claro: com trilhas ecológicas, oficinas de educação ambiental e gestão participativa, ele se tornou uma área modelo de convivência entre natureza e população urbana.

Iniciativas em bairros periféricos vêm promovendo hortas comunitárias, coleta seletiva, empreendedorismo verde e capacitação de jovens em soluções ambientais — tudo isso integrando cultura e preservação.
Belém não está apenas se adaptando ao debate climático. Está se posicionando como protagonista da Amazônia urbana, mostrando que é possível combinar desenvolvimento com responsabilidade ambiental.
Economia criativa com sotaque nortista
Mercados, feiras e cooperativas culturais ganham força em Belém como vetores de uma economia criativa baseada na ancestralidade e na biodiversidade. A culinária paraense, que já é reconhecida internacionalmente, vai muito além do açaí: inclui ingredientes como jambu, tucupi, maniçoba e peixes amazônicos, todos com forte valor simbólico e ambiental.
O Ver-o-Peso, maior mercado a céu aberto da América Latina, é muito mais do que um ponto turístico — é um centro de trocas culturais, afetivas e econômicas, onde saberes tradicionais e empreendedorismo popular se encontram.
Turismo consciente e fortalecimento comunitário
Belém tem investido em roteiros turísticos que fogem do padrão massificado. Passeios por ilhas fluviais, visitas a comunidades ribeirinhas e experiências de turismo de base comunitária colocam o visitante em contato direto com a Amazônia urbana, de forma ética e sustentável.
Essas experiências, além de oferecerem contato genuíno com a cultura local, fortalecem a economia de pequenos produtores, artesãos e guias locais, criando um ciclo virtuoso entre turismo e inclusão.