Os jogos eletrônicos têm o poder de moldar percepções. Quando um jogador passa horas explorando as ruas de uma cidade digital, ele cria uma imagem mental que pode influenciar como enxerga aquele lugar na vida real. Essa relação entre representacão virtual e percepção urbana é o foco do conceito de imagem urbana mediada pelos games.
Neste artigo, vamos entender como os videogames influenciam o imaginário coletivo sobre cidades reais, quais são os efeitos disso para o turismo e a cultura, e por que os jogos se tornaram tão relevantes na construção simbólica de grandes metópoles.
Representação e identidade urbana nos games
Quando uma cidade como Tóquio, Nova York ou Paris aparece em um jogo, ela não é apenas um pano de fundo: é uma narrativa. A forma como as ruas, a arquitetura, o clima e a população são retratados ajuda a construir estereótipos (positivos ou negativos) que afetam a forma como as pessoas enxergam esses lugares.
Jogos como Assassin’s Creed, Watch Dogs, GTA e Yakuza recriam com riqueza de detalhes aspectos urbanos, gerando uma sensação de “visita virtual” que muitas vezes antecede (ou substitui) a experiência presencial.
Cidades mais influenciadas pela cultura gamer
Algumas cidades se destacam por terem sido amplamente retratadas em jogos e, por consequência, se tornaram pontos de interesse turístico gamer:
- Nova York: explorada em séries como Spider-Man e The Division;
- Paris: reimaginada em Assassin’s Creed Unity;
- Tóquio: base para Persona 5 e Yakuza;
- Los Angeles: inspirou Los Santos em GTA V;
- Londres: aparece de forma histórica e futurista em Syndicate e Watch Dogs: Legion.
Essas cidades ganham um tipo de “aura cultural gamer”, o que impulsiona visitas, curiosidade e apropriação simbólica.

O impacto da imagem digital na vida real
- Turismo gamer: jogadores visitam locais reais inspirados por suas experiências nos jogos;
- Marketing urbano: cidades passam a usar sua presença nos games como estratégia de divulgação;
- Construção de reputação: jogos podem valorizar ou reforçar estigmas sobre determinada cidade.
Um exemplo claro disso é o Rio de Janeiro, cuja representação em jogos de ação levou o mundo a associar favelas à cidade de forma direta, gerando debates sobre realismo e estereótipos.
Cidades como protagonistas e não apenas cenários
Cada vez mais, cidades são tratadas como personagens. Elas evoluem, reagem, têm atmosfera, humor e impacto direto na jogabilidade. Isso cria uma conexão emocional entre jogador e espaço urbano.
O futuro: cidades imersivas, metaverso e digital twins
Com o avanço de tecnologias como realidade aumentada, metaverso e digital twins, a tendência é que a linha entre cidade real e digital fique cada vez mais tênue. Cidades poderão ser exploradas primeiro nos games, como forma de turismo virtual, planejamento urbano ou experiência cultural.