Em pleno sertão nordestino, algumas cidades brasileiras estão surpreendendo o país ao conquistar índices educacionais superiores aos das capitais. Longe dos grandes centros urbanos, municípios como Sobral (CE) e Cocal dos Alves (PI) têm se destacado pela transformação profunda em suas redes públicas de ensino — e os números não deixam dúvidas.
Sobral (CE): o case brasileiro que virou referência internacional
Conhecida por sua gestão de resultados, Sobral alcançou o maior IDEB do Brasil nos anos finais do Ensino Fundamental, com média 7,2 — um feito que superou a média de países da OCDE. Essa revolução educacional começou nos anos 2000 e envolve currículos próprios, formação continuada de professores, materiais didáticos locais e um forte sistema de avaliação.
A cidade tem se tornado modelo não só no Brasil, mas também fora dele. Diversas delegações internacionais já visitaram o município para entender como a educação pública pode ser eficiente mesmo com poucos recursos. A transformação de Sobral foi destaque até no site oficial da Secretaria da Educação.
Cocal dos Alves (PI): o pequeno município que virou potência educacional
Com pouco mais de 5 mil habitantes, Cocal dos Alves é outro exemplo que desafia as estatísticas. O município piauiense vem conquistando prêmios em olimpíadas nacionais de matemática e ciências, além de manter um IDEB acima da média nacional.
A cidade apostou em uma gestão escolar participativa, apoio individualizado aos alunos e incentivo à formação continuada dos professores. Mesmo com dificuldades orçamentárias, a comunidade escolar encontrou soluções criativas e de alto impacto, como mostra o QEdu.
Quais as práticas que estão funcionando?
A base do sucesso dessas cidades está na combinação de fatores como:
- Gestão escolar eficiente e autônoma
- Avaliações diagnósticas frequentes
- Foco em alfabetização na idade certa
- Investimento em formação de professores
- Currículo adaptado à realidade local
Além disso, há um forte estímulo ao protagonismo estudantil, incentivo à leitura e metodologias ativas em sala de aula. Um conjunto de boas práticas pedagógicas, como destaca a Fundação Lemann, vem sendo replicado por outros municípios.
O que outras cidades podem aprender com isso?
A lição mais clara é que não é necessário ser uma capital ou ter grandes orçamentos para transformar a educação pública. O que faz a diferença é a prioridade política, a gestão com foco em resultados e o engajamento da comunidade.
Cidades como Sobral e Cocal dos Alves mostram que é possível virar o jogo com estratégia e compromisso, servindo de inspiração para o Brasil inteiro.