O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou falhas significativas na administração do Benefício de Prestação Continuada (BPC) pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Estima-se que aproximadamente R$ 5 bilhões sejam desviados anualmente devido a essas irregularidades. As investigações revelaram que pagamentos foram feitos a beneficiários falecidos, pessoas que acumulam outros salários ou que excedem o limite de renda permitido.
O TCU determinou que o INSS tem um prazo de 180 dias para corrigir essas falhas. Para receber o BPC, que equivale a um salário mínimo mensal, os beneficiários devem cumprir certos critérios, como estar registrado no Cadastro Único, ter uma renda familiar de até 1/4 do salário mínimo por pessoa, ser idoso com mais de 65 anos ou possuir uma deficiência que impeça o trabalho.
Quais são os erros encontrados nos pagamentos do BPC?
A análise do TCU revelou diversas inconsistências nos pagamentos do BPC. Os dados dos beneficiários foram cruzados com outros bancos de dados governamentais, resultando na identificação de várias falhas. Entre os problemas detectados, destacam-se:
- 6,3% dos beneficiários possuem renda superior ao limite legal.
- 6.701 casos de acúmulo indevido do BPC com outro benefício.
- 12,6% dos beneficiários omitiram membros familiares, com uma margem de erro de 1,4%.
- 15,9% apresentaram discrepâncias de endereço, com uma margem de erro de 1%.
- 2.476 beneficiários possivelmente falecidos.
Essas irregularidades resultam em um impacto financeiro significativo para o governo. Apenas os pagamentos a quem tem renda acima do permitido representam um desvio de R$ 5 bilhões por ano.

Medidas adotadas pelo INSS e MDS para corrigir o problema
Em resposta às descobertas do TCU, o INSS e o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) já começaram a implementar medidas corretivas. Até o momento, 109.447 benefícios irregulares foram suspensos, e mais de 1 milhão de cadastros foram atualizados. As ações incluem a revisão de benefícios sem inscrição no Cadastro Único ou desatualizados há 48 meses, além da introdução da obrigatoriedade de biometria para a liberação do BPC.
Essas iniciativas visam garantir que os recursos sejam direcionados corretamente, evitando pagamentos indevidos e assegurando que apenas aqueles que realmente atendem aos critérios recebam o benefício. A expectativa é que, com essas medidas, a eficiência do sistema seja aprimorada, minimizando os desvios e garantindo maior justiça na distribuição dos recursos.
O caso do BPC ressalta a importância de uma gestão rigorosa e transparente dos benefícios sociais. A identificação e correção de falhas são essenciais para assegurar que os recursos públicos sejam utilizados de forma eficaz, beneficiando aqueles que realmente necessitam. O prazo de 180 dias dado pelo TCU ao INSS é uma oportunidade crucial para implementar mudanças significativas e restaurar a confiança no sistema.