O Federal Reserve (Fed) decidiu manter a taxa de juros no intervalo entre 4,25% e 4,50%, reforçando a necessidade de cautela diante do cenário econômico. A decisão foi tomada em meio a um mercado de trabalho aquecido e uma inflação ainda elevada, o que exige um monitoramento rigoroso dos próximos passos da política monetária. Acompanhe a cobertura ao vivo.
Além de manter os juros inalterados, o Fed anunciou uma redução no ritmo do enxugamento de liquidez. A partir de abril, o limite de resgate mensal em títulos do Tesouro será reduzido de US$ 25 bilhões para US$ 5 bilhões, enquanto o limite para títulos lastreados em hipotecas permanecerá em US$ 35 bilhões.
” A partir de abril, o Comitê diminuirá o ritmo de declínio de suas participações em títulos reduzindo o limite de resgate mensal em títulos do Tesouro de US$ 25 bilhões para US$ 5 bilhões.” destaca o comunicado.
Atividade econômica segue sólida, mas riscos persistem
Indicadores recentes apontam para uma expansão econômica robusta, com a taxa de desemprego estabilizada em níveis baixos e condições de mercado de trabalho ainda favoráveis. No entanto, o Fed reconhece que há incerteza crescente na perspectiva econômica, especialmente em relação à inflação, que segue acima da meta de longo prazo de 2%. E reafirma o compromisso de retomar a inflação ao objetivo: “O Comitê está fortemente comprometido em apoiar o emprego máximo e retornar a inflação ao seu objetivo de 2%.“
O Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC) enfatizou que continuará avaliando cuidadosamente os dados econômicos antes de tomar novas decisões. Caso riscos inesperados surjam e comprometam os objetivos de pleno emprego e estabilidade de preços, a autoridade monetária poderá ajustar sua postura conforme necessário.
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Para além dos números
Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, destaca que, embora a decisão do Fed tenha vindo dentro do esperado, o grande ponto de atenção está no comunicado e nas projeções atualizadas. Segundo ele, houve mudanças relevantes no quadro de expectativas, com um aumento na projeção de inflação – de 2,5% para 2,8% no índice cheio e de 2,5% para 2,7% no núcleo – além de uma redução na estimativa de crescimento do PIB para 0,7% em 2024 e 0,8% em 2025.
Cruz também ressalta que há uma divisão interna dentro do Fed, com um número crescente de dirigentes discordando do cenário base de apenas dois cortes de juros em 2025. “A tendência é que o FED inicie cortes ainda neste semestre, pois os impactos das mudanças econômicas do governo Trump devem levar a um enfraquecimento da atividade e a um aumento do desemprego mais rápido do que o esperado”, explica. Ele também chama atenção para a redução no ritmo de enxugamento do balanço do Fed, com o limite de resgate mensal de títulos do Tesouro caindo de US$ 25 bilhões para US$ 5 bilhões, o que indica uma postura mais cautelosa na condução da política monetária.