Em 2024, o volume de dividendos distribuídos globalmente alcançou a marca histórica de US$ 1,75 trilhão, representando um aumento de 6% em relação ao ano anterior. Este crescimento foi impulsionado por um dólar mais forte e pela valorização de empresas de tecnologia, como Meta, Alphabet e Alibaba, que começaram a distribuir dividendos aos seus acionistas. A Petrobras destacou-se como a única empresa brasileira entre as 20 maiores pagadoras de dividendos do mundo, ocupando a 14ª posição no ranking.
O desempenho de 2024 superou ligeiramente as expectativas da gestora britânica Janus Henderson, que previa um total de US$ 1,73 trilhão. Este resultado foi impulsionado principalmente pela força inesperada dos mercados dos Estados Unidos e do Japão no último trimestre do ano. Os pagamentos realizados nesse período aumentaram 7,3% em termos subjacentes, refletindo um crescimento robusto em várias regiões.
Quais Regiões e Setores Mais Contribuíram para o Crescimento?
Ao longo do ano, a Europa, os Estados Unidos e o Japão foram regiões que registraram um crescimento significativo nos dividendos. Além disso, mercados emergentes como a Índia e partes da Ásia, incluindo Singapura e Coreia do Sul, também apresentaram aumentos notáveis. Entre os 49 países analisados pelo índice, 17 alcançaram recordes de distribuição, com destaque para os Estados Unidos, Canadá, França, Japão e China.
Na América Latina, os dividendos mexicanos cresceram 4,3%, apesar de cortes em metade das empresas do índice. A Femsa e o Grupo México foram os principais contribuintes para esse crescimento. Em contraste, a Colômbia enfrentou uma queda significativa devido à redução nos pagamentos da Ecopetrol, enquanto o Chile viu uma diminuição de 28,7% causada pelo corte do conglomerado Empresas Copec.

Impacto das Estreias no Pagamento de Dividendos
Empresas que pagaram dividendos pela primeira vez tiveram um impacto significativo nas estatísticas do índice. Meta, Alphabet e Alibaba, por exemplo, distribuíram juntas US$ 15,1 bilhões, contribuindo com 1,3 ponto percentual para o crescimento global dos dividendos em 2024. Este movimento reflete uma mudança na estratégia de empresas de tecnologia, que tradicionalmente evitavam essa forma de retorno de capital aos acionistas.
Setorialmente, quase metade do crescimento dos dividendos veio do setor financeiro, especialmente dos bancos, que registraram um aumento de 12,5% em termos subjacentes. O setor de mídia também apresentou um bom desempenho, impulsionado pelos pagamentos da Meta e da Alphabet. Outros setores, como telecomunicações, construção, seguros, bens de consumo duráveis e lazer, registraram aumentos de dois dígitos.
Perspectivas para o Futuro dos Dividendos
Para 2025, a Janus Henderson projeta um crescimento de 5% nos dividendos globais, elevando o total para um novo recorde de US$ 1,83 trilhão. Apesar das incertezas econômicas e geopolíticas, a expectativa é de que os lucros das empresas aumentem em 10%. Mesmo que esse cenário seja otimista, os dividendos tendem a ser mais resilientes do que os lucros ao longo dos ciclos econômicos, uma vez que as empresas têm controle sobre quanto distribuem aos acionistas.
Em suma, o ano de 2024 marcou um período de crescimento robusto nos dividendos globais, impulsionado por estreias no pagamento de dividendos e pela força de setores-chave. Com expectativas positivas para 2025, os investidores em renda podem esperar uma continuidade na tendência de aumento dos dividendos, apesar dos desafios econômicos e geopolíticos que possam surgir.