Em fevereiro de 2025, a chegada de 5.500 carros elétricos ao Brasil, provenientes da chinesa BYD, acendeu um alerta na Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Com um estoque já superior a 40.000 unidades, a entidade teme que o grande volume de importações esteja ligado a uma estratégia para evitar o aumento da tarifa de importação previsto para 2026. O desembarque ocorreu no porto de Aracruz, no Espírito Santo, e trouxe modelos como o Song, Dolphin e Yuan.
O impacto das tarifas de importação sobre o mercado de veículos elétricos
Desde julho de 2024, o Brasil aplica tarifas diferenciadas para veículos elétricos e híbridos, com uma taxa de 18% para elétricos, 20% para híbridos plug-in e 25% para híbridos convencionais. A Anfavea observa que, em comparação com outros países, como Estados Unidos e Europa, que impõem tarifas bem mais altas, o mercado brasileiro se torna um destino atrativo para importações, pressionando a indústria automotiva local.
A reação da Anfavea e os riscos para a indústria nacional
A Anfavea se mostrou preocupada com o impacto das importações no mercado local e pediu ao governo brasileiro que antecipasse para 35% a tarifa de importação dos carros elétricos, que só seria aplicada em julho de 2026. A associação acredita que o volume elevado de veículos estrangeiros está prejudicando as montadoras nacionais, que já enfrentam um cenário econômico desafiador.

O papel do governo e as propostas para proteger a indústria
A Anfavea sugere que o governo implemente políticas que incentivem a produção local de veículos elétricos e que a tarifa de importação seja ajustada para proteger a indústria nacional. Essas medidas visam garantir que as montadoras brasileiras possam competir de forma mais justa e continuar a recuperação do setor, que emprega mais de 1,3 milhão de pessoas direta e indiretamente no país.
O futuro da indústria automotiva e a necessidade de um equilíbrio
O futuro da indústria automotiva brasileira depende de um equilíbrio nas políticas comerciais e industriais. A disputa sobre as tarifas de importação e as barreiras comerciais globais exigem que o Brasil se posicione estrategicamente para proteger sua indústria, mantendo-a competitiva em um cenário global cada vez mais desafiador.
O impacto das tarifas na competitividade do setor automotivo
O cenário atual aponta para um futuro incerto para a indústria automotiva brasileira. A adoção de medidas equilibradas é essencial para que o Brasil consiga não apenas proteger sua indústria, mas também impulsionar o desenvolvimento de tecnologias e inovações no setor. Como o país lida com essas questões determinará a trajetória do mercado automotivo nos próximos anos.