O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta sexta-feira (21) uma medida urgente para destravar as linhas de financiamento do Plano Safra: a liberação de um crédito extraordinário de R$ 4 bilhões. A decisão busca reverter a suspensão imposta pelo Tesouro Nacional em função da demora na aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 pelo Congresso.
Por que o crédito extraordinário foi necessário?
A paralisação das linhas de crédito provocou um alerta no setor agropecuário, especialmente durante um momento crucial da produção agrícola. A liberação emergencial visa garantir o fluxo de financiamento para as principais atividades do campo, como:
- Plantio da segunda safra de milho
- Colheita da soja
- Início da colheita de arroz
- Tratos culturais nas lavouras de café
Haddad explicou que, embora o crédito seja extraordinário, ele respeita os limites estabelecidos pelo arcabouço fiscal. “É como se tivesse sido aprovado dentro do Orçamento. Não há impacto fiscal”, afirmou o ministro, minimizando preocupações sobre o equilíbrio das contas públicas.
Aprovado pelo TCU: garantia de legalidade
A medida recebeu o respaldo do Tribunal de Contas da União (TCU). Antes do anúncio oficial, Haddad consultou o órgão para validar a legalidade da liberação dos recursos. A autorização formal do TCU fortalece a decisão do governo, protegendo-a de questionamentos futuros.
A liberação dos recursos permite a retomada de financiamentos importantes, especialmente aqueles voltados para o fortalecimento da agricultura familiar. O Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que já estava operando normalmente, continuará recebendo apoio, garantindo crédito acessível para pequenos agricultores.
O agronegócio brasileiro, que representa uma parcela significativa do PIB nacional, respira aliviado com a medida. Em um momento em que a instabilidade fiscal poderia comprometer a produção, o destravamento do crédito assegura não apenas o sustento de milhares de produtores, mas também a manutenção da competitividade do Brasil no cenário global.