A Inteligência Artificial (IA) já faz parte da rotina das empresas e impacta diretamente o mercado de trabalho. No Brasil, 47% das empresas já utilizam IA, enquanto globalmente esse número chega a 73%, segundo dados mencionados por Caroline Escobar, head de marketing da Salter, durante sua participação no programa BM&C New Deal.
“As empresas que já adotaram inteligência artificial estão saindo na frente. A tendência é que essa diferença aumente cada vez mais”, afirmou Escobar.
O medo da substituição: IA pode gerar desemprego?
A aceleração do uso da IA levanta debates sobre automação e substituição de empregos. Com o avanço da tecnologia, ferramentas como chatbots e automação de processos já são comuns. Mas, segundo Escobar, a IA está mais para uma readequação do que uma eliminação de postos de trabalho.
“A tecnologia sempre foi desenvolvida para ajudar. Desde o início, ela vem otimizando o tempo e a capacidade de produção. O que estamos vendo agora é que algumas funções estão sendo modificadas, exigindo novos conhecimentos”, explicou.
Ainda assim, há um déficit de profissionais qualificados para trabalhar com IA. “Das empresas que utilizam IA no Brasil, 50% não possuem profissionais especializados na área”, apontou.
No setor da saúde e do bem-estar, a personalização com IA já é realidade. A V Pilates Group, empresa que atua na capacitação de instrutores de pilates e na gestão de franquias do setor, criou Lola, uma assistente virtual que auxilia profissionais no planejamento de aulas, anamnese de alunos e geração de relatórios.
“A IA ajuda instrutores a oferecer um atendimento mais eficiente. O profissional alimenta a plataforma com dados do aluno, e a Lola retorna com informações otimizadas para aquele perfil específico”, explicou Carolina Rorato, representante da V Pilates Group.
Segurança digital: os riscos do uso da IA sem regulamentação
Com o crescimento da IA, segurança digital e proteção de dados são temas centrais. Empresas enfrentam desafios para garantir que suas informações não sejam expostas. Segundo Escobar, um vazamento de dados pode custar milhões às companhias.
“No ano passado, o custo médio de um vazamento de dados foi de 4,88 milhões de dólares. Isso porque dados são os ativos mais valiosos das empresas”, afirmou.
Recentemente, a polêmica envolvendo a IA DeePsyche trouxe à tona questionamentos sobre o uso de informações pessoais. “Ainda não há regulamentação para IA no Brasil nem em muitos outros países. A segurança dos dados precisa ser discutida com urgência”, alertou.
O futuro da IA: novas oportunidades e desafios
Com a evolução da IA, empresas desenvolvem soluções cada vez mais personalizadas. Além dos tradicionais chatbots, agentes virtuais estão sendo criados para atuar diretamente na rotina de usuários e profissionais.
“A Google lançou recentemente o Agent Space, permitindo a criação de agentes inteligentes especializados. A IA não apenas acelera processos, mas também melhora a personalização dos serviços”, comentou Escobar.
No setor de educação, empresas como a Salter estão investindo em capacitação de profissionais. “Criamos uma universidade no Agreste Pernambucano para formar especialistas em tecnologia e inteligência artificial. O mercado precisa de mais profissionais qualificados”, explicou.
A inteligência artificial já mudou o mercado de trabalho, mas ainda há espaço para crescimento. Empresas precisam se adaptar às novas tecnologias e profissionais devem buscar capacitação para acompanhar essa transformação.
















