O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro apresentou uma desaceleração significativa, impulsionada principalmente pela queda na tarifa de energia elétrica. O resultado gerou um alívio momentâneo para os consumidores, mas analistas alertam que o movimento não deve se sustentar ao longo do ano.
Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime Investimentos, destacou no Flash News desta terça-feira que a redução de preços em determinados segmentos foi um fator pontual: “Acontecem somente no mês de janeiro, eles não devem se propagar para o restante do ano”. Segundo ela, a retirada do impacto da energia elétrica do cálculo do índice revelaria um crescimento de 0,7% no mês, um valor alinhado à média histórica para janeiro desde o Plano Real, que é de 0,71%.
Apesar do alívio temporário, a inflação segue no radar dos agentes econômicos. “Isso tudo para dizer que a inflação ainda vai continuar no radar do mercado, apesar dessa desaceleração importante que aconteceu agora”, afirma Kawauti. A preocupação reside na tendência de retomada da alta dos preços nos próximos meses, o que pode influenciar as decisões de política monetária do Banco Central.
Olhando para o futuro, a projeção é de que o IPCA volte a subir, tornando-se um ponto central na formulação das próximas decisões sobre a taxa básica de juros. “Ela ajuda, é claro, um alívio para os preços ao consumidor é sempre muito bem-vindo. Mas quando a gente olha para frente é isso que o Banco Central também faz quando ele vai decidir as taxas de juros”, conclui Kawauti.
O mercado segue atento aos próximos indicadores de inflação e à postura da autoridade monetária, que precisará equilibrar a necessidade de conter pressões inflacionárias sem comprometer o ritmo da atividade econômica.
