A GWM Brasil, montadora que tem ganhado destaque no mercado nacional, está implementando um modelo de negócios que muda a relação entre concessionárias e clientes. Durante sua participação no programa BM&C New Deal, Diego Fernandes, CEO da empresa no Brasil, explicou como a montadora vem adotando uma estratégia focada na experiência do consumidor e na eficiência operacional.
Fernandes destacou que a GWM não trabalha com o tradicional sistema de compra de veículos pelas concessionárias. “A venda é feita diretamente pela GWM para o cliente final, enquanto as concessionárias atuam como parceiras comissionadas”, afirmou. Segundo ele, esse modelo reduz custos operacionais e melhora a dinâmica de caixa das concessionárias, permitindo um atendimento mais eficiente.
FIDC GWM: fundo de investimento para veículos seminovos
Uma das inovações apresentadas pela GWM no Brasil é o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), criado para facilitar a comercialização de veículos seminovos. “O fundo permite que as concessionárias tenham um fluxo de caixa mais equilibrado, sem precisar acelerar a venda de seminovos”, explicou Fernandes.
A mecânica do FIDC funciona como um suporte financeiro para as concessionárias. Parte da comissão de cada veículo vendido é destinada ao fundo, garantindo liquidez para futuras operações. “Cada concessionário pode utilizar esse recurso como um capital de giro, e caso haja excedente, ele pode ser resgatado”, detalhou o CEO da GWM Brasil.
Peças de reposição e pós-venda: estrutura preparada para atender a demanda
Além do novo modelo de financiamento, a GWM estruturou sua operação no Brasil para garantir um pós-venda eficiente. “Nossa estratégia inclui centros de distribuição próximos a aeroportos e rodovias, permitindo que as peças cheguem rapidamente a qualquer região do país”, ressaltou Fernandes.
A empresa também busca oferecer um diferencial na experiência do consumidor, garantindo que a disponibilidade de peças não seja um obstáculo. “O atendimento ao cliente precisa ser ágil e eficiente para reforçar a confiança na marca”, acrescentou.
Crescimento acelerado da GWM e ticket médio elevado
Apesar de ter apenas dois anos no Brasil, a GWM já conta com uma rede de 100 concessionárias. “Nosso crescimento foi rápido, e isso reflete o reconhecimento da marca no mercado”, afirmou Fernandes. Ele também destacou que os modelos da GWM possuem um ticket médio de R$ 250.000, valor acima da maioria dos veículos vendidos no país.
Os veículos da montadora se destacam não apenas pela tecnologia embarcada, mas também pela valorização no mercado de revenda. “Temos a menor taxa de desvalorização do setor, o que reforça a percepção de qualidade dos nossos produtos”, comentou o CEO.
A GWM tem investido fortemente em veículos eletrificados e híbridos, apostando em uma tendência que vem ganhando espaço no Brasil. “Os veículos híbridos possuem vantagens que vão além do consumo de combustível. Em São Paulo, por exemplo, eles estão isentos do rodízio, pois contribuem para a redução da poluição”, explicou Fernandes.
A empresa oferece duas categorias de híbridos: os convencionais e os plug-in hybrid. “Os híbridos convencionais recarregam suas baterias automaticamente, enquanto os plug-in precisam ser conectados a uma fonte externa de energia”, esclareceu o executivo.
Produção local e expansão da GWM no Brasil
A GWM já anunciou planos para a produção local de seus veículos na fábrica de Iracemápolis. “Nosso objetivo é ampliar a produção nacional e trazer novos modelos para o mercado brasileiro”, afirmou Fernandes.
O crescimento da montadora reflete um planejamento estratégico voltado para consolidar sua marca no país. “Temos um compromisso de longo prazo com o Brasil e estamos estruturando nossa operação para garantir uma experiência diferenciada para nossos clientes”, finalizou.
