O Conselho Federal de Medicina (CFM) está se mobilizando para solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a proibição do uso e da comercialização do polimetilmetacrilato (PMMA). Este composto é frequentemente utilizado em procedimentos estéticos e médicos. Esta posição marca uma mudança significativa em relação ao que o conselho pensava no ano anterior.
Historicamente, o CFM acreditava que os médicos eram os profissionais mais adequados para lidar com substâncias como o PMMA, graças à sua formação e habilidade para manejar possíveis complicações. No entanto, eventos recentes, inclusive a morte de uma influenciadora digital, levaram a uma reavaliação desta perspectiva, resultando na atual decisão de pleitear o banimento.
O que é o Polimetilmetacrilato (PMMA)?
O PMMA é uma substância sintética utilizada para preenchimento de tecidos no campo estético, especialmente em aplicações como o aumento dos glúteos. Ele é valorizado por sua durabilidade e baixo custo em comparação com outras opções. Contudo, ele também é reconhecido por seus riscos significativos de complicações de saúde quando aplicado de forma inadequada.
Devido a essas preocupações, a substância tem sido um tema de controvérsia entre profissionais de saúde, reguladores e pacientes. O uso do PMMA demanda alta precisão na aplicação e é essencial que o procedimento seja realizado por profissionais devidamente treinados.
Por que o CFM mudou de posição?
A mudança na postura do CFM em relação ao PMMA surge como resultado de um aprofundamento das discussões sobre segurança e eficácia da substância. Após deliberações com sociedades médicas especializadas, como as de cirurgia plástica e dermatologia, o conselho considerou que os riscos superam os benefícios. Eventos adversos, como inflamações crônicas, infecções e, em casos extremos, a morte, são alguns dos efeitos que embasam essa decisão.
Além disso, a mobilização de órgãos como o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), que antecipadamente já havia se posicionado contra o uso da substância, também influenciou essa reavaliação. A partir de uma análise mais ampla e com enfoque na segurança dos pacientes, o CFM alinhou sua posição com a do Cremesp.
O que será o próximo passo para o CFM e Anvisa?
A proposta do CFM é que a Anvisa atue para a proibição definitiva do PMMA no Brasil. O próximo passo envolve reuniões estratégicas entre o CFM e a direção da Anvisa, visando formalizar esta solicitação. Espera-se que a Anvisa avalie todas as evidências e tome uma decisão que vise a segurança dos consumidores e pacientes brasileiros.
Por meio dessa articulação, busca-se garantir que qualquer produto ou substância utilizados em procedimentos de saúde, ou estética atendam aos mais altos padrões de segurança e não coloquem em risco a integridade dos pacientes.
Como a sociedade médica está reagindo à decisão?

A reação dentro da comunidade médica é variada, mas em grande parte, apoia a medida como um avanço necessário. Embora alguns profissionais defendam a melhoria da regulamentação em vez do banimento total, outros acreditam que o uso de alternativas seguras e mais bem regulamentadas deve ser incentivado.
O debate sobre o uso do PMMA e suas implicações na saúde pública não é apenas um tópico de interesse para médicos, mas também para reguladores, pacientes e o público em geral. Nesse contexto, a decisão do CFM pode significar uma mudança importante em como esses procedimentos são conduzidos e regulados no Brasil.