Recentemente, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) iniciou um processo de revisão dos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas). Esta ação se deve a uma atualização cadastral promovida no ano passado, que revelou possíveis inconsistências nas informações de renda dos segurados. Aproximadamente 120.400 titulares do benefício poderiam ter ultrapassado o limite de renda estabelecido, o que exige uma reavaliação para manutenção do auxílio.
O procedimento de notificação e contestação faz parte das medidas adotadas pelo INSS para assegurar que o BPC/Loas seja concedido apenas a quem de fato possui direito. Este benefício é direcionado a pessoas com deficiência e idosos com mais de 65 anos que comprovem possuir renda inferior ou igual a um quarto do salário mínimo. Qualquer alteração nestas condições pode levar à suspensão do benefício.
Quais são os critérios para a manutenção do BPC/Loas?
Para receber e manter o BPC/Loas, é necessário que o beneficiário atenda a critérios específicos de renda e comprovação de condição. A principal exigência é que a renda familiar per capita não ultrapasse um quarto do salário mínimo, ou seja, R$ 379,50, de acordo com o valor atual. Além disso, os beneficiários devem estar devidamente cadastrados no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.
Caso haja uma alteração na renda ou na composição familiar que eleve a renda per capita acima do limite estabelecido, o beneficiário deve informar ao INSS para reavaliação de seu caso. Essa é uma das preocupações do instituto ao iniciar as notificações aos segurados com indícios de superação da renda permitida.
Como os beneficiários são notificados pelo INSS?
Os beneficiários identificados como possíveis detentores de renda acima do limite serão notificados de várias maneiras. A notificação será inserida no próprio pagamento e também poderá ser acessada através do aplicativo Meu INSS, disponível tanto para Android quanto para iOS. Além disso, existem opções de notificação por meio dos Correios ou presencialmente em uma unidade da Previdência Social, com agendamento prévio.
A Portaria 1.260, publicada recentemente no Diário Oficial da União, estabeleceu esses canais e orientações para os beneficiários que precisam apresentar defesa. No primeiro lote de notificações, 13.900 beneficiários serão inicialmente contactados.
Qual é o processo para contestar a suspensão do benefício?

Após receber a notificação, os segurados têm 30 dias corridos para apresentar sua defesa ao INSS. Essa defesa pode ser submetida utilizando os canais de atendimento mencionados anteriormente. Caso a defesa não seja apresentada dentro do prazo, o benefício será bloqueado até a regularização da situação junto ao INSS.
Durante o processo de contestação, o INSS analisará cada caso detalhadamente, verificando se a renda familiar realmente ultrapassou o limite permitido. O benefício apenas será cancelado se essa condição for confirmada. O objetivo dessa defesa é permitir a correção de possíveis registros incorretos no sistema do órgão.
O que acontece após a análise da defesa apresentada?
O INSS compromete-se a realizar a análise da defesa em até 30 dias após a sua apresentação. Se a defesa do beneficiário for aceita, o benefício será mantido sem interrupções. No entanto, se for determinado que a renda familiar efetivamente ultrapassa os limites, o BPC/Loas será cancelado.
Além de garantir o uso adequado dos recursos públicos, essa revisão também visa corrigir inconsistências nos dados cadastrais dos segurados, permitindo que os benefícios sejam destinados a quem realmente deles necessitam. Esse processo integra uma série de medidas para aprimorar a gestão de benefícios sociais no Brasil.