Em 2024, muitos Microempreendedores Individuais (MEIs) enfrentaram uma situação comum: ultrapassar o limite de faturamento de R$ 81 mil anuais. Essa circunstância demanda uma adequação fiscal, mais especificamente a transição para o regime de microempresa (ME) até 31 de janeiro de 2025. Esta mudança é fundamental para manter a conformidade tributária e continuar desfrutando das vantagens do Simples Nacional.
Entender como as microempresas operam e quais são os custos e benefícios envolvidos é crucial. Neste artigo, examinaremos o que significa ser uma microempresa e guiaremos através dos passos necessários para transformar seu MEI em uma ME.
O que define uma microempresa?
Segundo a Lei Complementar nº 123/2006, as microempresas (MEs) são entidades jurídicas com determinadas características fiduciárias. Diferentemente de um MEI, uma ME pode ter um faturamento anual de até R$ 360 mil. Sua estrutura permite a expansão das atividades comerciais sem as restrições típicas de um microempreendedor individual.
Transformar-se em uma ME não é apenas uma adequação fiscal, mas uma oportunidade para crescimento e acesso a mercados mais amplos e diversificados. Com o status de microempresa, abrem-se portas para oportunidades como licitações públicas e melhores condições de crédito.

Quais são os custos para abrir uma microempresa?
O processo de abertura de uma microempresa inclui certos custos iniciais obrigatórios, que podem variar de estado para estado. Em geral, o investidor deverá considerar taxas de registro na Junta Comercial, que envolve a verificação e o cadastro do nome empresarial, além da obtenção do Número de Identificação do Registro de Empresa (NIRE).
- Registro Empresarial: Avaliação da disponibilidade do nome na Junta Comercial e formalização com o NIRE.
- Inscrição no CNPJ: Registro no site da Receita Federal.
- Cadastro na Previdência: Para garantir a contribuição previdenciária do empresário e seus funcionários.
- Registro Fiscal: Inscrição na Secretaria de Fazenda ou Prefeitura para emissão de notas fiscais, especialmente se atuar nos setores de comércio e indústria.
Além desses custos iniciais, existem despesas fixas mensais, que podem incluir contas de água, luz, telefone e salários, dependendo do porte e da estrutura da empresa.
Como realizar a transição de MEI para ME?
Se o seu faturamento anual ultrapassou os R$ 81 mil, o primeiro passo é solicitar o desenquadramento no Portal do Simples Nacional. Após isso, a empresa precisa ser registrada como nova ME na Junta Comercial do estado correspondente. Este processo requer atenção e um planejamento detalhado.
- Solicitar o desenquadramento como MEI no Portal do Simples Nacional.
- Registrar a nova empresa como ME na Junta Comercial do estado.
- Obter o Número de Identificação do Registro de Empresa (NIRE).
- Solicitar o CNPJ na Receita Federal.
- Registrar a empresa na Previdência Social.
- Efetuar o cadastro fiscal na Secretaria de Fazenda ou na Prefeitura local.
O suporte de um contador é fundamental nessa fase, para garantir que todos os requisitos legais e fiscais sejam cumpridos adequadamente, evitando multas e outras penalidades.
Por que migrar para microempresa vale a pena?
A transformação em microempresa oferece inúmeras vantagens, que justificam o investimento e o esforço. Além do aumento no limite de faturamento para R$ 360 mil anuais, microempresas também têm preferência em licitações públicas, conforme previsto na Lei Complementar nº 123/2006.
Embora essa transição envolva um aumento nas responsabilidades fiscais e administrativas, ela também abre novos horizontes para financiamentos e parcerias comerciais. Com um bom planejamento financeiro e suporte jurídico e contábil, a mudança garante que o negócio não apenas sobreviva, mas prospere nos próximos anos.