A taxa de desemprego no Brasil encerrou 2024 em 6,2%, acima do consenso de mercado de 6,1%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (31). A média anual ficou em 6,6%, atingindo o menor patamar da série histórica iniciada em 2012.
O economista Maykon Douglas avalia que, mesmo com a leve oscilação nos últimos meses, o mercado de trabalho ainda apresenta sinais de força. “A resiliência do emprego e os ganhos reais continuam sustentando a massa salarial”, afirma.
Cenário da população ocupada e participação no mercado
A participação da força de trabalho se manteve praticamente estável, enquanto a população ocupada registrou leve alta de 0,05% em relação ao mês anterior. Os dados indicam uma expansão da população formal (+0,38%) e retração na informalidade (-0,46%).
Segundo Douglas, essa composição reforça um cenário de maior estabilidade no mercado de trabalho. “O crescimento da população formal aponta para uma absorção mais robusta de trabalhadores com carteira assinada, mesmo com oscilações na economia”, explica.
Salários e massa salarial mantêm trajetória positiva
A massa salarial real ajustada sazonalmente avançou 0,66% no período, impulsionada por uma alta de 0,5% nos salários médios. Esse crescimento contínuo contribui para a manutenção da renda disponível das famílias, sustentando o consumo e influenciando a atividade econômica.
“Os ganhos salariais, mesmo que graduais, ajudam a sustentar a demanda interna, o que impacta positivamente diversos setores”, avalia Douglas.
Perspectivas para o mercado de trabalho em 2025 e impacto no PIB
Mesmo diante do aperto monetário esperado para os próximos meses, Douglas não vê sinais de deterioração significativa no mercado de trabalho em 2025. “O mercado segue resistente e, até o momento, não há indícios de uma piora expressiva no curto prazo”, analisa.
Com base nos dados do mercado de trabalho, o economista ajustou sua previsão de crescimento do PIB no quarto trimestre de 2024 para uma alta de 0,54%.