A partir do dia 1º de fevereiro, motoristas de todo o Brasil vão pagar mais caro pela gasolina e pelo diesel. O aumento ocorre devido à elevação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo estadual que incide diretamente sobre o preço dos combustíveis.
A mudança no ICMS foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) em novembro de 2024 e agora entra em vigor. O reajuste será aplicado a todos os estados do país e pode pressionar ainda mais a inflação.
Quanto vai subir?
O aumento do ICMS será de:
- Gasolina: de R$ 1,37 para R$ 1,47 por litro (+7,14%).
- Diesel: de R$ 1,0635 para R$ 1,12 por litro (+5,31%).
Embora o reajuste pareça pequeno, especialistas alertam que ele será replicado no preço final ao consumidor, já que distribuidoras e postos podem usar a alta tributária para promover outros reajustes na bomba.
O que mais impacta os preços dos combustíveis
Além do ICMS, outros elementos contribuem para manter os preços em alta:
Alta do petróleo no mercado internacional – O barril de petróleo chegou a subir 20% entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, impactando os custos de importação.
Desvalorização do real – O enfraquecimento da moeda brasileira encarece a importação de combustíveis, o que afeta os preços domésticos.
Defasagem nos preços da Petrobras
Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), os valores da gasolina e do diesel no Brasil estão abaixo da cotação internacional:
- Gasolina: defasagem de R$ 0,37 por litro.
- Diesel: defasagem de R$ 0,85 por litro.
Essa defasagem indica que os preços praticados no país estão artificialmente contidos, o que pode levar a Petrobras a reajustar seus valores nos próximos meses para equilibrar o mercado.
Impacto no bolso e na inflação
O preço dos combustíveis tem peso direto na inflação brasileira. Em 2024, a gasolina foi o principal item de impacto no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), responsável por 4,83% da alta do indicador.
Com o novo reajuste, os especialistas preveem um novo reflexo inflacionário, especialmente na gasolina, que pode subir em média R$ 0,10 por litro nas bombas.
No caso do diesel, embora o impacto no consumo doméstico seja menor, ele pode pressionar os preços de diversos produtos. Isso acontece porque o diesel é essencial para o transporte de mercadorias, e o aumento nos custos logísticos pode afetar o valor de alimentos, medicamentos e bens de consumo.
Por que o ICMS subiu?
O reajuste do ICMS faz parte de uma reforma na cobrança do tributo, que passou a ser fixo por litro (“ad rem”) e não mais baseado em um percentual do preço médio.
A decisão de aumentar o imposto foi tomada por três razões principais:
- Oscilações no preço do petróleo no mercado internacional.
- Desvalorização do real, que encarece importações.
- Necessidade dos estados de aumentar arrecadação para equilibrar suas contas públicas.