A semana começou surpreendendo os investidores com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos na última segunda-feira (20). “O comportamento “paz e amor” do presidente impulsionou as bolsas globais e resultou na desvalorização do dólar em relação a várias moedas ao redor do mundo“, afirmou Marco Prado, apresentador do Pre-Market.
No continente asiático, o Banco Central do Japão (BoJ) cumpriu as expectativas ao elevar os juros em 0,5%. A decisão, no entanto, não foi suficiente para levar o índice Nikkei ao mesmo ritmo de alta observado em outras bolsas asiáticas, que foram impulsionadas pelo setor de tecnologia. O anúncio dos Estados Unidos de investir 500 milhões de dólares no setor tecnológico ao longo dos próximos anos foi recebido com otimismo, estimulando os mercados da região.
Já no Brasil, o real se destacou como a moeda com maior valorização no início de 2025, surpreendendo analistas. A correção ocorre após uma forte alta do dólar em dezembro de 2024, acompanhada por um enfraquecimento da moeda norte-americana globalmente. Com isso, o dólar voltou a ser negociado abaixo de R$ 5,90, um patamar que analistas consideram não condizente com o atual cenário político.
A volatilidade do mercado brasileiro foi intensificada pelas declarações do ministro da Casa Civil, Rui Costa, sobre a possibilidade de impor limites aos preços dos alimentos. “A proposta gerou incertezas e contribuiu para a queda do Ibovespa, que recuou para 123 mil pontos“, destacou Prado. No mesmo dia, o ministro voltou atrás em sua fala, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou o compromisso fiscal do governo e descartou novos gastos no momento.
Ainda assim, há sinais de que o governo pode buscar estratégias para conter a alta nos preços dos alimentos. A inflação da carne, que subiu 21% no último mês, tem sido apontada como um dos maiores vilões para o custo de vida no país. A promessa de campanha do presidente Lula de colocar “picanha no prato do brasileiro” parece estar pressionando o governo a encontrar soluções. Entretanto, especialistas avaliam que subsídios ou isenções de impostos para empresas, como tentado no governo Dilma, não deverão surtir o efeito desejado.
Com o IPCA de janeiro acima das projeções, o cenário econômico brasileiro segue desafiador. O mercado permanece atento às movimentações políticas e aos reflexos de possíveis intervenções governamentais nos preços.