Projeção do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), aponta crescimento de 4,5% no volume de vendas do varejo restrito em 2024. Se confirmado, será a maior taxa desde 2012 (confira quadro abaixo). Os dados de dezembro da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE, serão conhecidos em 13 de fevereiro. Essa modalidade não inclui os segmentos de Material de Construção, Veículos & Peças e Atacarejo, que compõem o Varejo ampliado.
O economista Ulisses Ruiz de Gamboa, do IEGV-ACSP, atribui o resultado positivo ao aumento da renda, à resiliência do mercado de trabalho e às políticas de transferência de renda. Ele destaca ainda a recuperação da confiança do consumidor e a maior concessão de crédito, apesar dos juros altos. Esse item, por sinal, deve provocar desaceleração das vendas neste ano, diante de novo ciclo de altas da taxa básica de juros – que deve prosseguir na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, nos dias 28 e 29.
Ainda que não impacte imediatamente o consumo, diz Gamboa, os juros tendem a desacelerar a atividade econômica ao longo do ano, reduzindo com isso o ritmo da criação de postos de trabalho e a renda. Até novembro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, também do IBGE, o país alcançou nível recorde na ocupação, com 103,9 milhões de pessoas, crescimento de 3,4% em 12 meses (3,4 milhões a mais). A renda média (R$ 3.285) também subiu 3,4%. A combinação de ocupação e renda fez a massa de rendimentos atingir R$ 22,5 bilhões (+7,2%).
Pelo último dado disponível da PMC, relativo a novembro, o volume de vendas varia -0,4% na comparação com o mês anterior e cresce 4,7%, ante igual período de 2023, 18ª taxa positiva seguida. O acumulado em 2024 soma 5%. Em 12 meses, soma 4,6%, resultado próximo da projeção da ACSP para o ano cheio. O Varejo Ampliado sobe 4,4% no ano (até novembro) e 4% em 12 meses.
O PIB total de 2024 será conhecido em 7 de março. O acumulado em quatro trimestres até setembro do ano passado mostra alta de 3,1%, na comparação com o período imediatamente anterior. O consumo das famílias tem alta de 4,5%. Somou R$ 1,9 trilhão no terceiro trimestre, 63% do PIB (R$ 3 trilhões).

(* Projeção ACSP) Fonte: PMC/IBGE