O salário mínimo no Brasil foi reajustado para R$ 1.518,00 em 2025, representando um aumento de R$ 106 em relação ao ano anterior. Esse ajuste corresponde a um aumento de 7,5%. No entanto, fatores econômicos como a alta do dólar e o aumento contínuo dos preços dos alimentos afetam o poder de compra dos brasileiros. Especialmente em relação à cesta básica, que se mantém inalterada nos últimos anos.
Segundo o estudo da consultoria LCA 4intelligence, a previsão é de que, em 2026, essa situação persista, incapaz de retornar aos níveis de poder de compra pré-pandemia. A pesquisa destaca que, historicamente, o poder aquisitivo chegou a permitir a compra de 2,2 cestas básicas por salário mínimo em 2010. Mas, desde 2020, esse poder diminuiu significativamente devido à pandemia e seus efeitos econômicos.
Qual o Impacto da Economia Global no Poder de Compra dos Brasileiros?
O cenário internacional é um dos fatores cruciais que influenciam o poder de compra no Brasil. A inflação alimentar, impulsionada por condições climáticas adversas e uma economia global volátil, tem se mantido alta. Isso afeta negativamente o preço dos alimentos. Ainda que houvesse uma produção agrícola crescente, como a expectativa para 2025, o real desvalorizado motiva as exportações, reduzindo a oferta no mercado interno e mantendo os preços elevados.
Além disso, a política fiscal brasileira sofre pressão devido às expectativas de poucos ajustes a médio e longo prazos. Essa incerteza fiscal não só desanima investidores como também afeta a percepção de crescimento econômico sustentável, criando um círculo vicioso que perpetua a inflação e limita o poder de compra.
Desafios Políticos e Econômicos Rumo a 2026

A estagnação do poder de compra configura-se como um desafio para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026, em linha com um fenômeno político conhecido como “efeito pêndulo”. Governos que não conseguem estabilizar a economia nem aumentar o poder aquisitivo da população frequentemente enfrentam perdas nas urnas. Isso foi observado em vários países recentemente.
Cientistas políticos como Creomar de Souza defendem que, além das questões econômicas, a polarização política no Brasil também influencia a avaliação do governo. Além disso, a percepção pública sobre a capacidade de gestão fiscal e econômica pelo governo pode determinar o cenário político futuro.
O Que Esperar do Futuro Econômico do Brasil?
Diante do cenário atual, o Brasil enfrenta um dilema entre ajustar as expectativas fiscais e econômicas ou potencializar gastos visando manter popularidade. A história recente sugere que enfrentar as forças econômicas de mercado sem um consenso definido pode gerar crise de confiança, como ocorrido durante o governo de Dilma Rousseff.
Para que o poder de compra volte a crescer, é essencial uma recuperação econômica sustentada, fator que depende de iniciativas confiáveis e coordenadas entre o governo e os mercados. Assim, o foco será em políticas que busquem estabilizar a economia não somente no curto prazo, mas que também tragam benefícios a longo prazo, oferecendo ao brasileiro a possibilidade de sentir uma verdadeira melhoria econômica.