O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o resultado fiscal de 2024 deverá ser semelhante ao deste ano, com projeção de déficit próximo de zero. Segundo Haddad, a meta fiscal para o ano passado foi praticamente alcançada, com um déficit primário de 0,1% do PIB — desconsiderando os gastos emergenciais relacionados às enchentes no Rio Grande do Sul. Com esses gastos incluídos, o valor sobe para 0,37% do PIB.
Em entrevista à GloboNews, o ministro destacou que a meta estabelecida, com intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual, demonstra a capacidade do governo em manter as contas equilibradas, mesmo diante de cenários desafiadores. “Tive três horas de reunião com o presidente Lula para reforçar que essa postura de controle fiscal continuará neste ano”, afirmou.
Medidas fiscais e gestão de despesas obrigatórias
Haddad destacou que as medidas aprovadas no pacote fiscal pelo Congresso Nacional possuem “sutilezas” que darão ao governo mais flexibilidade para gerir despesas obrigatórias. Essas políticas, somadas à contenção de gastos realizada no ano passado, garantem o compromisso do governo com uma política fiscal responsável.
Além disso, ele afirmou que o crescimento econômico registrado no segundo semestre de 2023 chegou a preocupar devido aos riscos inflacionários e ao impacto nas contas externas. Por essa razão, medidas de ajuste fiscal foram implementadas para evitar desequilíbrios futuros.
Crescimento econômico supera expectativas
A projeção de crescimento do PIB para 2023 é de 3,6%, conforme dados da Secretaria de Política Econômica (SPE). Haddad destacou que, em dois anos, o governo federal alcançou um crescimento acumulado de 7% e criou 3,5 milhões de empregos, aliados a melhorias na distribuição de renda.
“Estamos promovendo um crescimento econômico sustentável, com aumento da renda do trabalhador e um cenário mais inclusivo”, declarou o ministro. Essas estimativas superam as previsões anteriores, divulgadas em novembro, que projetavam um crescimento de 3,3%.
Desafios globais e impacto no Brasil
Haddad também alertou para o “quadro externo desafiador”, marcado pela desaceleração econômica em regiões como Europa e China, além da instabilidade nos Estados Unidos. Segundo ele, a valorização global do dólar reflete a sensibilidade dos mercados financeiros em todo o mundo.
“A situação externa requer diligência e responsabilidade do governo brasileiro. Estamos atentos aos impactos que podem vir dessa conjuntura”, afirmou. Haddad ainda mencionou que a instabilidade na economia alemã e os desafios na economia norte-americana exigem monitoramento constante.
O que esperar para 2024?
Com base nos resultados de 2023 e nas perspectivas de 2024, o governo central busca manter o equilíbrio fiscal e o controle das despesas obrigatórias. As medidas adotadas até agora reforçam a estratégia de conter riscos inflacionários e assegurar a sustentabilidade das contas públicas.
A continuidade dessa abordagem é vista como essencial para sustentar a confiança dos mercados e garantir que a economia brasileira permaneça no caminho do crescimento, mesmo diante de um cenário global incerto.
