O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou nesta segunda-feira (6) que o orçamento de 2025 foi o tema central de sua reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma conversa cercada de expectativas, Haddad esclareceu pontos sensíveis sobre a política fiscal e afastou boatos de um possível aumento no IOF para conter a alta do dólar.
Orçamento de 2025: Expectativa e Planejamento
Com a votação do orçamento de 2025 prevista para fevereiro, Haddad explicou que, até lá, o governo operará sob regras que permitem uma execução mais lenta e cautelosa no início do ano. Ele enfatizou que o foco é ajustar o orçamento às metas do novo arcabouço fiscal, aprovado no final de 2024. “Temos que alinhar com o relator para garantir que o planejamento reflita as novas perspectivas econômicas”, disse o ministro.
Haddad também afastou especulações sobre cortes de gastos. “Ainda não discutimos propostas nesse sentido. A prioridade é o planejamento do ano e a votação do orçamento”, explicou.
IOF e Saída de Dólares: O Que Diz Haddad?
O mercado financeiro estava em alerta com a possibilidade de aumento no Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) sobre a saída de dólares do país. Contudo, Haddad foi categórico ao negar tal medida. “Precisamos entender o contexto do dólar. O mercado global enfrentou tensões no final do ano passado, mas há uma acomodação natural em andamento”, afirmou.
Atualmente, as alíquotas de IOF para remessas ao exterior variam entre 0,38% e 1,1%. Em relação ao uso de cartões internacionais, houve redução para 3,38% no início deste ano, seguindo um cronograma definido em 2022 pelo governo anterior.
Câmbio Flutuante: BC Reitera Política
Haddad reforçou o compromisso com o regime de câmbio flutuante. Segundo ele, não há discussões sobre mudar essa política. “O Banco Central atua apenas para evitar disfuncionalidades no mercado”, comentou.
O novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que substituiu Roberto Campos Neto em 2025, também afastou rumores de um “ataque especulativo”. Segundo ele, a recente alta do dólar reflete o funcionamento normal do mercado. “Não é correto tratar o mercado como algo monolítico. Existem vencedores e perdedores em qualquer movimentação”, explicou Galípolo.