No Brasil, o abandono de veículos em vias públicas tem se tornado um problema significativo. Esses automóveis, uma vez deixados nas ruas, rapidamente se deterioram e acumulam sujeira, representando um transtorno para o trânsito local e um risco potencial à saúde pública. Além disso, veículos parados por longos períodos podem se transformar em criadouros de mosquitos que transmitem doenças como a dengue.
O acúmulo desses veículos abandonados não ameaça apenas a saúde das comunidades, mas também causa impactos ambientais graves. O vazamento de fluidos e materiais tóxicos contidos nesses carros pode contaminar o solo e a água, perpetuando danos ambientais duradouros. Além disso, existe o risco de que veículos abandonados sejam utilizados para atividades ilícitas, impactando a segurança pública.
Como o Projeto de Lei Regula a Remoção de Veículos Abandonados?
Em resposta a esse problema crescente, foi aprovado um projeto de lei que autoriza a remoção de veículos abandonados. Essa legislação permite que agentes municipais retirem veículos, carcaças, chassis e partes que estejam estacionados em vias públicas por um período mínimo de trinta dias. A responsabilidade por regulamentar e decidir quais critérios qualificam um veículo como abandonado recai sobre cada município.
O procedimento de remoção exige que, quando possível, o proprietário seja identificado e notificado por escrito. Esta notificação concede um prazo de dez dias para a retirada do veículo. Caso o proprietário não atenda a notificação, ele está sujeito a multas significativas e custos adicionais de estadia e remoção do veículo do pátio municipal.
Quais Sanções o Proprietário de um Veículo Abandonado Pode Enfrentar?
O proprietário de um veículo abandonado enfrenta penalidades como a remoção e possível leilão do automóvel, além do pagamento de multas que podem ultrapassar R$ 19.203,07. Caso o proprietário não seja identificado, uma notificação é afixada no veículo, informando sobre o risco de remoção e leilão. A falta de providências em um prazo de cinco dias efetiva o status do veículo como abandonado.
Além das multas, se o veículo possui dívidas associadas, como multas ou taxas, estas podem ser transferidas para a dívida ativa do CPF do último proprietário registrado. Isso representa uma carga financeira significativa para os proprietários negligentes.
O Que Acontece se o Veículo Não For Reclamado?
Quando o veículo não é retirado pelo proprietário no prazo de noventa dias após a apreensão, a administração municipal pode levar o veículo a leilão público. O valor arrecadado durante esses leilões é utilizado para cobrir as despesas decorrentes do processo de remoção e armazenamento do veículo. Qualquer valor excedente é destinado aos cofres públicos.
Algumas prefeituras contratam empresas especializadas para organizar esses leilões. Essas empresas são responsáveis por inspecionar e avaliar as condições dos veículos, além de precificá-los para venda como sucata, quando necessário.
O Programa Nacional e a Inclusão no Código de Trânsito Brasileiro
O Senado aprovou a inclusão do Artigo 279-A ao Código de Trânsito Brasileiro, que determina a remoção de veículos abandonados por órgãos de trânsito, em vez de prefeituras. Essa mudança aguarda regulamentação pelo Contran, mas promete agilizar processos de leilão e evitar a sobrecarga de pátios municipais, que também armazenam veículos apreendidos por infrações de trânsito.
Essa legislação estabelece um marco importante na gestão dos veículos abandonados, equilibrando entre as responsabilidades municipais e a administração central, com objetivos de saúde pública, segurança e sustentabilidade ambiental.