O panorama econômico global entre 2024 e 2025 apresenta desafios e oportunidades para Brasil e Estados Unidos. Segundo Fabio Ongaro, economista e CEO da Energy Group, a disciplina fiscal será essencial para atrair investimentos e fomentar crescimento sustentável. “O ponto sobre o teto de despesas públicas é crucial. Países que demonstram disciplina fiscal e utilizam políticas de expansão econômica com foco em sustentabilidade tendem a atrair mais investimentos”, afirmou Ongaro.
Enquanto o Brasil enfrenta o desafio de equilibrar a inflação com crescimento econômico, os Estados Unidos consolidam sua posição no mercado global, reforçada pelo fortalecimento do dólar. Para Ongaro, “o Brasil apresenta atratividade para investidores, com margens de crescimento e um câmbio favorável, apesar das incertezas domésticas”.
Setores promissores no cenário econômico
Tecnologia e Inovação: Alguns setores despontam como protagonistas neste cenário desafiador. A combinação de incentivos públicos e mudanças tecnológicas globais favorecem determinados segmentos:
Ongaro ressalta que o setor de tecnologia segue aquecido, impulsionado pela digitalização e pela crescente demanda por soluções inovadoras. Startups e empresas de tecnologia podem atrair novos investimentos e gerar empregos em larga escala.
Energia Renovável: “O Brasil tem potencial para se destacar em energia limpa”, comentou Ongaro, ao mencionar os investimentos em energia solar e eólica. Esses projetos atraem capital estrangeiro, diversificam a matriz energética e criam empregos, colocando o país em uma posição estratégica no mercado global.
Infraestrutura: Com iniciativas governamentais e parcerias público-privadas, o setor de infraestrutura continua a ser um pilar essencial para o crescimento econômico. Projetos voltados para transporte, logística e construção civil são peças-chave para acelerar o desenvolvimento do Brasil.
Setores com grandes desafios
Apesar do otimismo em alguns segmentos, desafios permanecem em setores que ainda dependem de condições estruturais e econômicas específicas:
Indústria de Transformação: Embora a criação de empregos nesse setor esteja desacelerando, projeções indicam um crescimento modesto. Em 2024, espera-se a criação de 21 mil vagas no Rio Grande do Sul, após 41 mil empregos gerados em 2023.
Setor de Serviços: A desaceleração do mercado de trabalho e a queda no consumo das famílias podem impactar negativamente esse setor, especialmente no segundo semestre de 2024.
Aviação Civil: A Gol Linhas Aéreas Inteligentes enfrenta desafios significativos com dívidas de R$ 40 bilhões e esforços para antecipar empréstimos. O cenário reflete as dificuldades do setor de aviação no Brasil.
Ongaro destacou que a gestão eficiente de recursos públicos e a priorização de políticas sustentáveis são fundamentais para superar desafios econômicos. Ele pontuou: “Priorizar iniciativas que ensinem a pescar, e não apenas ofereçam soluções temporárias, pode criar ciclos de crescimento mais sólidos”.