O Brasil registrou no trimestre encerrado em novembro de 2024 uma taxa de desocupação de 6,1%, o menor índice desde o início da série histórica da PNAD Contínua, em 2012, segundo dados divulgados pelo IBGE. O número representa uma queda de 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre de junho a agosto deste ano, quando o desemprego estava em 6,6%, e um recuo de 1,4 p.p. em relação ao mesmo período de 2023, quando era de 7,5%.
Além disso, a população ocupada alcançou a marca recorde de 103,9 milhões de pessoas, impulsionada por um crescimento de 1,4% no trimestre (mais 1,4 milhão de pessoas) e de 3,4% no ano (mais 3,4 milhões de pessoas).
População desocupada em queda
A população desocupada, composta por aqueles que estão em busca de trabalho, caiu para 6,8 milhões de pessoas, o menor número desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014. O contingente apresentou uma redução significativa:
-7,0% no trimestre, em comparação com os dados de agosto de 2024.
-17,5% no ano, em relação ao mesmo trimestre de 2023
Opinião
De acordo com Maykon Douglas, economista e analista de mercado, o cenário de mercado de trabalho aquecido e a expansão da massa salarial reforçam os desafios do Banco Central em controlar a inflação. “O aumento nos salários médios e a resiliência na geração de empregos formais mantêm a demanda elevada, o que dificulta a convergência da inflação para a meta, especialmente nos setores mais sensíveis ao consumo”, destacou.
Segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, os dados positivos do mercado de trabalho ainda refletem um momento de aquecimento, mas já apontam algumas limitações. “Embora o indicador continue robusto, dezembro e janeiro tendem a trazer uma retração natural devido aos desligamentos dos trabalhadores temporários contratados para o Natal”, explicou. Ele também destacou que o número expressivo de 25,9 milhões de trabalhadores por conta própria ilustra o impacto crescente dos aplicativos no mercado de trabalho brasileiro, consolidando uma mudança estrutural na forma como os brasileiros geram renda. Apesar do crescimento no emprego, o estrategista observa que poucos setores ainda registram aumentos salariais, o que pode indicar um desaquecimento gradual da massa salarial no início de 2025.