O mercado financeiro brasileiro já enfrentou momentos de extrema volatilidade, mas um evento em particular marcou a história da B3 como o maior colapso de ações em um único dia. No dia 12 de janeiro de 2023, as ações da Americanas S.A. (AMER3) despencaram impressionantes 77,33%, após a empresa revelar inconsistências contábeis bilionárias de cerca de R$ 20 bilhões. A queda abrupta fez com que as ações, que estavam cotadas em R$ 12,00, terminassem o dia valendo apenas R$ 2,72, um movimento que alarmou investidores e impactou profundamente o mercado financeiro brasileiro.
O que levou a esse recorde negativo?
A derrocada começou com a divulgação, pela própria Americanas, de inconsistências contábeis envolvendo financiamentos via “risco sacado”, uma prática pouco conhecida por muitos investidores. Essa manobra contabilizou erroneamente passivos que inflaram os resultados da empresa, enganando o mercado por anos. A revelação não apenas chocou os acionistas, mas também levantou dúvidas sobre a governança corporativa da companhia, que tinha como principais acionistas os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, do trio controlador da 3G Capital.
O impacto no mercado
O efeito cascata da queda das ações da Americanas não se limitou à empresa. O mercado financeiro como um todo foi impactado, com investidores institucionais e de varejo sofrendo perdas significativas. Bancos credores também viram seus balanços abalados, já que estavam fortemente expostos ao endividamento da companhia. A volatilidade do mercado no dia refletiu o pânico dos investidores, enquanto especialistas analisavam o impacto de longo prazo desse escândalo.
Um recorde que supera outras quedas históricas
Embora outras ações já tenham registrado quedas acentuadas, como a OGX em 2013, a magnitude da desvalorização da Americanas é inédita em termos de capital de mercado perdido em tão pouco tempo. Além disso, o caso gerou uma crise de confiança no mercado brasileiro, colocando em discussão práticas contábeis e a necessidade de maior fiscalização por parte das autoridades regulatórias.
