As vendas do comércio varejista em São Paulo devem encerrar dezembro com um faturamento de R$ 139,4 bilhões, representando um crescimento de 9% em relação ao mesmo período de 2023. A projeção é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que atribui o resultado à queda no desemprego e ao aumento da renda das famílias.
Segundo a entidade, a capital paulista deverá registrar uma alta de 7,7% nas vendas, enquanto o crescimento geral no estado será puxado, em valores absolutos, pelos supermercados. “Mas serão os supermercados que farão a diferença nesse cenário: responsáveis por mais de um terço (34%) do faturamento total do varejo paulista, o segmento deverá crescer pelo menos 7% neste Natal, o que significa receitas na casa dos R$ 48,8 bilhões”, afirmaram os técnicos da FecomercioSP.
Lojas de móveis lideram crescimento em porcentual
Em termos percentuais, o destaque fica para as lojas de móveis, que devem crescer 31% em comparação ao ano anterior, seguidas pelo setor de autopeças e acessórios, com alta de 15%, e farmácias e perfumarias, que avançam 12%.
Na capital paulista, o segmento de eletrodomésticos e eletrônicos tem previsão de crescimento de quase 27%, impulsionado por inovações tecnológicas e uma base de comparação mais fraca.
Varejo acumula alta de 9% até setembro
De janeiro a setembro, o varejo paulista acumulou um faturamento de R$ 1,013 trilhão, o que representa um crescimento de 9% em relação ao mesmo período de 2023. Os supermercados foram os maiores responsáveis pelo desempenho no acumulado do ano, movimentando R$ 26,4 bilhões a mais, um avanço de 8% sobre o ano anterior.
“A conjuntura marcada pelo mercado de trabalho aquecido, aumento da renda e crescimento do mercado de crédito é determinante para o consumo”, avaliou a FecomercioSP. Concessionárias de veículos também apresentaram destaque, com crescimento de 20%, seguidas pelas farmácias e perfumarias, com 11%.
Incertezas econômicas e atenção ao cenário de 2025
Apesar das projeções positivas para o Natal, a FecomercioSP alerta que o cenário econômico merece cautela. A inflação segue acima do teto da meta do Banco Central, e o aumento da taxa Selic, atualmente em 12,25%, torna o crédito mais caro. “As incertezas em relação à política fiscal e corte de gastos do governo geram turbulências no mercado, dificultando o planejamento”, apontaram os técnicos da Federação.
No cenário atual, a recomendação é que empresários do setor se preparem para desafios em 2025, equilibrando estratégias e adaptando-se ao comportamento do consumidor.